segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O Furto.

Antes eu tinha serenidade e estava sempre alegre.
Antes, as macas do meu rosto eram coradas e pareciam saudaveis.
Antes eu sorria para o mundo e o mundo sorria para mim.
Antes, eu era a primeira a querer sair e descobrir o novo.
Antes eu dancava...
Hoje? A escuridao e a tempestade.
Estou palida.
Nao consigo mostrar meus dentes e se quer com os labios esbocar um sorriso.
Nao tenho mais curiosidade.
Meus pes tem calos.
O que me tirou a paz? O que me fez ficar assim.
Aquele maldito e ingrato...aquele, conhecido de todos: o amor.
Voce entrou em minha vida e nao tenho forcas para deixa-lo sair.
Nao tenho vontade de me enfeitar, desde que seja para voce.
Nao tenho vontade de sair, a nao ser que saiba que voce estara la.
Sofro por voce, tenho-lhe ciumes...queria chama-lo de meu...mas ah...se eu te contasse, serias tu quem me chamarias de algo: e seria: - LOUCA!
A paixao vem assim do nada...comeca com a admiracao...e vai tomando conta de cada uma de nossas veias.
Como algo arrasador simplismente nos possui... e nao nos abandona mais.
Levo-o para meus afazeres, levo-o para minha cama: nao como queria: levo-o na cabeca , que recosto sobre o travesseiro e esta nao se desliga, nao me deixa dormir. Penso em como lhe chamar a atencao o tempo todo.
Fechei-me como concha para o mundo...e para aqueles que talvez quisessem me oferecer o que voce aparenta nao querer me dar.Ou simplismente nao se importa.
Continuo a ter meu valor e perderas um dia...ah...se D' us assim o permitir a sua oportunidade.
Me deprimo a cada gole de meu Whisky...e cada fumaca expirada do meu cigarro chora incontidamente o seu descaso.
Escraviso-me por voce, meu amo.
E como um cachorrinho bobo fico a olhar-te ; faco festa para qualquer migalhinha que voce deixe cair no chao...mesmo que nao tenha sido diretamente para mim.
Deixe-me sentada na cama a lamentar...so o tempo abrira a cortina do palco e mostrara o proximo ato.
E...senhores:Vivo agora, o 1o, do ano de 2011
#ColombinaFeelings (Clique para ouvir)  e o lado obscuro de uma mulher , tal como me encontro.
E muito (des)prazer a quem com este sentimento, tem seu primeiro encontro.
Assim, disse eu, Colombina.

domingo, 23 de janeiro de 2011

A Paixao e a falta de inspiracao.

Sim, queridos...soaras estranho a voces.
Mas a paixao quando pega Colombina a acomete de falta de inspiracao.
Resguarda-se, cuida-se mais de si.
Segue a vida com mais cautela : fala-se menos para nao falar besteira, dedica-se mais ao estudo,trabalho, ja que a ansia pelas noitadas nao sucedem: e chato ganhar galanteios de estranhos agora: essa parte de sua vida ja esta tomada.Nao tem jeito.
Entretanto: grande inspiracao com a Musica : trabalho : mas esse e o sentimento que propicia o trabalho de Colombina.
Melodias vao surgindo e letras como que de uma nascente de agua.Mas nao tenho mais vontade de me expor de outra forma.
Mesmo quando platonicismo puro. Seguindo seu rumo diario, talvez se quer imagine olhar para mim. E de que adianta...?
Muito...bom sentir tal sentimento e continuo no resguardo...como alguem que sofreu as dores de um parto.
Ver um filme,ouvir uma musica: O mundo conta nossa historia.O mundo fala ...de nos 2...
O outro nunca percebe...ele nao sabe; pode ter ideia talvez...ou nao.
Bem...'Nao importa!'Digo feliz com sorriso no rosto!
Posso sempre estar sonhando; mas talvez o encantamento se de porque vejo  grande  admiracao, grande contentamento...prestigio que ele se quer nota: e se subestima ate... ah se soubesse...
Bailo esse 'passo passional'.
Ai de mim , pobre... sentimento de completude... ao enxergar no a sua propria Metade... (Clique para ouvir)

...Saudades do sentir 'Amor'.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

De Colombina para a deusa Vénus de Lesbos

'Baruch Haba louca apaixonada! Filha de Jupiter e Dione! deusa do encanto,da poesia, da beleza Ecoa de sua voz mais uma vez Melodia primorosa! Erotica! Inspirando-nos , suas filhas, Filhas do seu amor! Vai-se desgovernada minha mao Sobre uma partitura, um misto de emocoes.Dos dedos dos pes ao ultimo fio da cabeca,na barriga, o arrepio; fogo primoroso. Escrevo sem parar, Figuras que se tornam notas, notas que ganham a cancao Interrompidas?Nao! A pausa, o silencio so me faz trocar a orquestra do dia, pela da noite. A tarde , mais um cio! Oh, deusa amada, que dentro de mim,faz dissipar o vazio enchendo-o de aspiracoes. Sou encantada...Sou parte dessa natureza! Um viva para as Musas, e um para a maior delas:A Musica (Clique para ouvir).'

 

domingo, 16 de janeiro de 2011

Composição

De Colombina para Pierrot & Amelie Poulain,
Uma canção que a vocês parecerá bem 'peculiar'
por assim dizer... :



Que me diria se eu te dissesse
que eu posso prevêr o futuro?
E que depois de uma noite boêmia,
Acordariamos nús?
Só duas horas de sono
E veriamos o nascer do sol
Os primeiros raios da manhã
Pela fresta da janela chegar ao lençol

Sentiria o cheiro do Mar
Odoiá Yemanjá
Do teu peito, o gosto do sal
‘Maresia’

Seguiria então nosso dia
Como outro qualquer
Mas a noite logo vem
E eu quero te encontrar

Leva-me, Leva-me á tuas águas de descanso
Leva-me, para perto de ti...
Leva-me,Leva-me
Deixa eu tocar o teu encanto
Leva-me,onde eu posso te esperar

E de que me adianta , vã filosofia
Pra’quilo que eu nao posso explicar
Se ´uma flor é uma flor é uma flor é uma flor'
Se eu plantei, ela pode brotar.

E de que adianta botá-la no vaso
Se  um dia ela seca e cai
Melhor seria se fosse uma pedra
Que o tempo não vai desgastar

Leva-me, Leva-me á tuas águas de descanso
Leva-me,para perto de ti
Leva-me,Leva-me
Deixa eu tocar o seu encanto
Leva-me,onde eu posso te amar...


                                                                          (Colombina.)

sábado, 15 de janeiro de 2011

Fazendo as Unhas

Colombina senta-se  em sua cama com uma das pernas dobradas sobre a mesma e um dos pés tocando suavemente com a ponta o chão , vestindo um roupão típico de banho, os cabelos molhados melecados de creme enrolados em uma toalha branca.
Sábado, seu Shabat, dia de cuidar só de si.
A cidade se movimenta lá embaixo de alguma forma numa tarde que quer ir parando aos poucos com suas orgias para culminar num seguinte dia em família  em uma "Santa Missa de Domingo".
Tsc,tsc,tsc...
3 badaladas do sino da igreja ao lado dão a Colombina a impressão de que ele está dentro de seu quarto...
Olha pra janela,repara mais na cortina balançando com um finzinho de brisa....volta para seu mundinho.
Agora encosta as costas sob a parede atrás da cama e
de uma caixa retangular vai tirando suas quinquilharias: lixa, tesourinha ,trim,algodão , removedor ,hidratante ,espátula,pedra pomes...esmalte: 'Sangue','Vibrante', 'Chic','Apaixonado','Chocante','Lúcifer','Satã','Puta','Biscate','Bandido','Assassino','Tomate Maldito':Vermelho '666'.
'Hã',balança a cabeça... um sorrisinho seguido de pulinho pelas 'tantas bobeiras' que passam pela cabeça de Colombina ...
Um pote de água morna , amolecedor em cada uma das cutículas e atravessa-se os dedos n'água.
Fita Colombina do pulso até o anel , suas veias saltadas que lhe indicam o caminho para:
Mãos...
que seria de mim sem elas...
Tocou Piano-Forte, violino,clarineta,oboé,flauta doce,cravo,violão,órgão,cello,flauta transversal, traversso...desenhou, escreveu...
Que seria de minha Dança Oriental,Gran Getês,Flamencos,Katakalis Indianos,e tantas outras sem as mesmas...
Cantaram,Falaram essas minhas Mãos!
Foram as primeiras a serem chamadas para a condução de todo um corpo em Bailes , tão marcantes Salões de Gala.
Os dedos!
Cada um, uma função:
O dedão que tem sua sola mordida entre os dentes quando se esta pensando muito,ansiosa,esperando e que as vezes,numa titubeada, ainda faz perder toda pompa, classe e circunstância  para se enfiar no nariz para a eventual "chek-up", "limpeza do salão".
O indicador que aponta a cara dos canalhas, infelizes que me prometeram "mundos e fundos"e depois simplesmente dizem "Adeus".
O dedo médio que depois dessa briga toda se mostra impreterivelmente ereto e não se deixando abater, mostra-se  como pavão propondo um acasalamento de esturpo; ponto finalizador de um ódio sem fala.
O dedo anelar...ah efêmero anelar... que espera incansavelmente... um dia receber um belo chuveiro de brilhantes numa base de ouro branco pelo direito de sua eternidade.
E o mindinho.Levantado lentamente após uma finalização na última tecla do piano; um ciclo de canções de Schubert acompanhando pela inclinação do corpo, a mira do olho felino fisgando com ar de "finito' toda a platéia como quem acabara de fazer uma tacada certeira em uma mesa de bilhar.

Eles também trabalham em conjunto...
Ah... o que seria de mim, pobre e desamparada se não tivesse as mãos que seguram o copo de Whisky...
E do alimento de minh'alma , o cigarrete , gentilmente ofertado pelo indicador e médio á minha boca e pulmões .

O anelar e o mindinho unidos, no alto da calada da noite gritante e  festeira, onde já se perdeu o si sem dó, junto a um sorriso e uma piscadela cambaleante coroada de cíclios postiços mirando ao barman o quanto de dose da uma branquinha 'marvada' mineira.

Mãos: 5 dedos,5 funções...cada um com sua unha,cada uma delas com formato diferente.
Minhas defesas naturais, minhas armas de prazer.
Talvez por isso a escolha de uma cor tão intensa...
Mãos,
Tenho-as desde antes de nascer; Percebi seu gosto e seus movimentos antes da fala;
O livro "A Vida do Bebê" sob a estante diz que é o primeiro membro que percebemos ao nascer.
Apoei-as para aprender a andar e nunca de fato as percebi.
Odiaram num tabefe torpe,
Amaram acariciando ternamente.
Hoje, quem sabe não é bom que se pare,
só para entrelaça-las para agradecer.
E apertando-as uma contra a outra,com força pedir
que nunca parem,
"Só"? Creio que,aqui, nada.
Minha história,
Minhas Vida, 
Minhas Mãos (Clique para ouvir).

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Anátema

Temperamental.

Pense.
Ou...

não.

Diga-me qualquer coisa que você poderia pensar de mim,Colombina.
Cozinhei tanto num tempero de empolgação que fiquei insossa.







In-sossa.






...


Não extraia de mim toda minha energia.Não me sugue.


Perdi o encanto; também quero ser conquistada,posso?
Não porque sois o macho, caçador natural e eu, fêmea , a caça.
Não sou corte de bife.
Nem você, oh! “espada tão maravilhosa.”

Não estou a cobrar nada de você.

Se quer pensei nisso...


Não estou a menosprezar também.



Talvez seja esse o ponto do “não enjôo “ que eu quisesse acertar.
Talvez é daqui para adiante que esteja preparada para te conhecer mais.
E Melhor.
Você também deve me conhecer assim: um pouco mais calma e menos empolgada, para que não se infle tanto seu ego a ponto de estourar de te achar tão superior que eu não mereça a ti.
Ora se não és assim.És como todos os outros, se não.
Gente.Carne,pele,osso,sangue,neurônios,ligamentos,pré-conceitos,idealizações,mesquinhes.
Não que eu não seja assim também...temos a mesma essência.
Se vá,ó pensamento.
Feche a porta e me deixe quieta,largada na cama a relaxar.
Não me ligo se estou torta, com o braço na cara,sem roupas confortáveis e de salto alto na cama.
Me deixe com minhas almofadas.
Simplesmente vá.
E não bata a porta, para que se quer eu perceba que você saiu.

Por enquanto,








quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Piano Bar

Ninguém entende porque,mas Colombina prefere ambientes masculinos.
Mesmo quando está fora de “temporada de caça”.
Ela não se importa se são homens ou postes.
Todos em seus smokings, suas cartolas, seus charutos e bengalas a conversar na varanda sobre negócios e corridas de cavalo.
Colombina está parada no balcão.É sua folga,descanso para sua voz mas ela prestigia o pianista da noite, com sorrisos e ascenos para o colega musico.
Apoiada ao balcão,pede mais uma dose de conhaque e bate quase que automaticamente as cinzas no cinzeiro sem olhos afixados diretamete.
Alguns amigos estão presentes mas ela apenas os cumprimenta de longe.
Seu lado depressivo.Entendido por todos.
De repente, D’us manda chuva.
Os garçons correm para fechar as janelas. O enorme lustre do salão balança com um vento que soprou de supetão.
Os jogadores de carta das outras salas saem correndo atrás de seus baralhos voadores.
Relâmpago e Bum.Cai a luz e imediatamente volta.Eis que uma figura está parada na frente de Colombina.Não.
Não!
A mesma camisa branca de furos, pingos de chuva e umas graminhas presas nela.Uma calça estourada dobrada até quase a panturrilha e chinelos de borracha.
O maitre vem correndo quase sem fôlego atrás para perguntar se está tudo bem com Colombina,se não se sente encomodada com aquela presença que entrou sem se quer se identificar e destoa tanto do ambiente onde Colombina está.
Colombina diz que está tudo bem.E olha para ele.O “pescador”da praia!
Um de seus amigos de praça vê a cena ao longe, faz cara de desaprovo e continua sua conversa e a beber.
O outro de tão entretido nem percebe.
Ela está maravilhada.O tempo parou.Colombina não diz, não se expressa.
Segundos que viraram Anos!E Anos Luz!
O dono da casa se aproxima e diz que não é mais possível que aquele rapaz permaneça ali já que não está vestido adequadamente.
O homem apenas o cumprimenta,bate em suas costas.O dono da casa faz cara de nojo.E o homem da praia se vai.
Colombina olha em sua volta,olha para o maitre, olha para seu chefe,de olhos arregalados e sai correndo.
Desce as escadarias porque o elevador está descendo.Por seu uma gaiolinha, Colombina consegue ver aquele rapaz lá dentro.
Colombina chega ao andar térreo e ainda o vê saindo pela porta.
Colombina se quer sabe o nome dele...como o irá chama-lo?
Ele atravessa a rua e DE NOVO as trevas o consome.
Colombina passa a mão pelos cabelos e lança longe a sua carteira.
IIIIIIRGHT! Chuta o ar!Puxa os cabelos.Range os dentes!
Nesse circo todo, EU sou a Palhaça!!!Mais uma vez!
Nisso desce seu amigo poeta que não viu o ocorrido;mas percebeu sua ausência.
Ele vê o estado de nervos de Colombina e simplesmente diz a ela: “vai atrás!Ele não deve estar longe!“
Mas Colombina não sabe mais pra onde ele foi.
A escuridão o encobriu
O outro amigo ainda chega,balança de novo a cabeça e comum movimento vira Colombina para subir com ela para o bar enquanto toma um gole da sua bebida com a outra mão.
E Colombina vai...ainda um pouco luta para olhar para frente até que quase tropeça na escada e é obrigada a voltar seu eixo.
Quem é que aqui nunca se apaixonou e de tão cego que ficou não sabia como agir?
Como é horroroso estar diante de quem se ama!Como nos sentimos patetas quando aquela figura surge!Ou como ,não sabendo agir,fazemos como o “pescador”e tomamos uma atitude ridícula que depois nos faz sentir vergonha.
Pior que isso é: se não o “enfrentarmos”se é que assim, posso dizer,quando é/como nos  aproximaremos dele e estabeleceremos contato?
É melhor amar simplesmente de longe, de forma platônica,como se fosse um fruto da nossa própria imaginação, ou é preciso enfrentar, construir, investir....ou até mesmo , no momento devido jogar a toalha e dizer o que se sente?
O medo é um aviso.Mas também o pior dos sentimentos.
É melhor ser escravo de uma paixão ou arriscar perder a migalha da companhia do outro?
E quando somos o outro?Por que é tão mais difícil lidar com o fora dado que com o fora recebido?
Vergonha de que,se foi o outro que se expôs?
Ah paixões...todas vocês que me matem aos poucos!
Ah vocês que são tão boas e ao mesmo tempo só me fazem pensar o pior...
Por quê estou me atendo somente ao “fora”?
Que forma de defesa mais estranha.
Melhor seria se eu fosse mais confiante.
...Confiante...hunf... que Lado Obscuro da Mulher é confiante?
Antes não sou eu a Auto-Destrutiva?
Estou a enlouquecer e meu aliado é meu inimigo:

Ombro Amigo

 
Colombina volta a São Paulo.Ela esteve meio desorientada.
Teve um noite de insônia por ter deixado que levassem embora o seu coração sem ter deixado aviso,sem deixar manual,nem orientação.
Colombina então se defendeu como sabe ela: tomnou um porre!Foii-se embora uma garrafa de Whisky barato...BARATO???Sim...como lhe ensinara um amigo de praça que como Colombina andou a sofrer...mas pelas mulheres.
Deitada na poltrona, em pleno desespero, não agüenta ficar sozinha.
16h...
Pega seu telefone e liga para suas amigas.
Eis que ela ouve a porta , e vai correndo atrás atender.Vê suas companheiras,e as abraça...de repente uma tontura.”Ai meu labirinto!’...Colombina corre para a poltrona , coloca na cabeça uma bolsa de gelo.E aponta para suas amigas uns petit fours , o bule de chá e as xícaras...mãos tremulas.
Colombina começa a contar a noite que teve no Rio.
A Amelie Poulain olha surpresa...abre a boca, arregala os olhos e : HÁ! ri sem parar.
Colombina lança-lhe um olhar e a putinha francesa lhe dá ares de que “não está mais ali quem falou”. O espanto causado , foi porque jamais imaginaria Colombina...atrás de um...Matuto desconhecido?Hahahahahahahaha.
Colombina lhe lança um sorrisinho de “agora já deu”.Até por que ainda era a Amelie Poulain, de franjinha na cara,cabelinho de cleópatra,pele uniforme,branquinha,cara de boneca de porcelana,que havia lhe roubado o seu marido...’aqueeeeele’ Pierrot...
Améie Poulain nem liga e começa a atacar os pettit four...e a tomar o chá. Pra quem tem experiências com homens como objetos de trabalho, é mais fácil de se desvincular daquilo tudo de forma mais irônica e racional. E seguir em frente.
     A outra amiga, é a índia de cabelos selvagens,que segura ternamente a mão de Colombina e de repente num surto, começa a tirar da bolsa tudo o que é runas e cartas de tarot e começa a querer calcular a lua e sua posição sob os signos quando Colombina conheceu o rapaz no Rio.A índia quer consultar as entidades estavam presentes no momento.E dá broncas em Colombina por receber bênçãos de um cavalo que não conhecia.
Colombina conta as amigas sua história.Cada uma na sua impressão,mas ela tem a companhia delas e é isso que importa.
Nenhuma delas faz o padrão social comum.
Uma é francesa que se deu bem na vida como cafetina de luxo, e em sua filosofia francesa muito mais á frente de seu tempo,causa medo nas mulheres de que leve para seus maridos uma boa amantesinha a troco de muito dinheiro.Tem razão demais em si e já tem seu Pierrot.Ninguém entende a amizade dela com Colombina já que souberam do escândalo do Carnavall.Acreditam ser um carma.Colombina fez com Arlequim e pagou ao ter que agüentar a Amélie.A outra veio do meio do mato e vive em seu mato particular.As outras mulheres tem medo de sua selvageria,tem receio de que ela não saiba se comportar direito e a chamam de “ macumbeira” já que ela tem uma força fora do comum a controlar a natureza e seus 4 elementos: ar,água,fogo e terra.    
Amelie quer logo acabar a conversa e acha que o Colombina precisa é de uma noite cantando na frente de seus fãs e escolher alguém quem maltratar usando-o para uma noite de sexo e nada mais.
Colombina já tentou isso.E na verdade acabava por sofrer mais.Ou de ter de agüentar o individuo, ou de esperar dele mais.
A índia já acha que ela precisa é de reclusão: tomar chás,fazer banhos de ervas, uma limpeza espiritual.
Colombina acha que precisa de mais Whisky.E deu.
A imagem daquele homem tão cedo não vai lhe sair da cabeça. E isso não é negociável.Colombina queria paz.Mas nõ vai ter.
Amelie Poulain não concorda.E abre seu cantilzinho de rum que mistura ao chá.Levanta e vai ligar a vitrola e dançar sozinha.
A Índia por sua vez vai acender incenso. E passear com ele por toda a casa.
Colombina olha para uma, Colombina olha para outra,balança a cabeça até que “ai!!!”dor de ressaca!
Elas param o que estão a fazer e vem em direção a Colombina.
Colombina passa o braço direito no pescoço da Amelie Poulain, depois o braço esquerdo na Índia...e juntando as testas das três , ri.
Todas se olham entre si num momento terno.Estão a rir somente.
Colombina dá  uma bitoca na testa de cada uma delas...e ficam ali.
A noite vai caindo, elas vão embora.
O telefone toca,um de seus companheiros de noitada.Infiltrado na sociedade,mas na verdade sabe o que é bom.É poeta nato, metido as escondidas á musico, um apaixonado.
Quer saber se ela precisa de alguma coisa: ela diz que de uma abraço.
Ela aparece em segundos a porta de seu apartamento.E a abraça.Enchuga-lhe as lágrimas e diz para ela com com um sorriso no rosto que apenas mantenha a calma...calma...”Você não fez nada demais!Não tem o que se culpar.Você apenas gosta de alguém agora.E eu vou achar ele pra você”.
Ele vai embora porque tem que voltar para sua casa, sua família, sua mulher e seus filhos.
Colombina compreende e inveja a mulher dele.E como queria filhos...
Colombina vai se deitar.
Colombina escuta um bêbado gritar da rua...ela sabe que não é a voz do seu amor...
Sai na janela:O louco do Whisky barato com a gravata dora do lugar, o colete manchado,o terno arrastando no chão.
Colombina morre de raiva só por lembrar da ressaca que teve.
Colombina póe o roupão, vira os olhos pro lado, encosta na janela, e resolve descer para traze-lo para cima.
Arruma um sofazinho na ante-sala para recebe-lo já que ele não tem condições de ir embora.
Ele,já diz pra Colombina que ninguém merece seu sofrimento.Assim como nenhuma das mulheres merece o dele.
Colombina o olha de braços cruzados concordando com ele...aí apaga a luz e se recolhe para seu quarto.Ele lhe faz um sinal de ”jóia”.Ela concorda mais uma vez.
E vai deitar.
Dia movimentado pra quem achou mesmo que ia ficar curtindo solitariamente a ressaca.
Cada um na sua razão, todos tão diferentes.Vivencias diferentes, opiniões, intelectuallidades diferentes,Vidas, cada um com a sua.
Mas colegas. Amigos com quem sempre poderá contar.
É claro que Colombina não ia curtir a solidão.Eles nunca deixam.Eles semore estão por perto.
Talvez,nunca eles lhe trarão solução na vida.Quem tem que resolve-la é Colombina mesmo.
Ela quem terá que enfrentar seus medos.Ela quem terá sozinha, que um dia se possível ficar face a face com o homem que a encantou.Ela tomará seu fora sozinha.Ela receberá um nada sozinha,Ela agüentará o tempo e a espera sozinha.Ela aguentará a incerteza e um talvez sozinha.Ela talvez por que não ouvirá um ”sim provisório “sozinha.Ou quem sabe um  “sim “de fato e daí sozinha terá de enfrentar as borbeltinhas no estomago e como enfrentará a situação, e fazer suas declarações, falar de seus planos juntos e aí seguir sua vida.
Tão sozinhos: Amelie, a Filosofia e Pierrot/a Índia, a mata e seus encantamentos/o poeta escondido, seu trabalho e sua família/o despedaçado, suas quedas da noite e sua garrafa de Whisky barato.
E tão juntos: um conselho de sexo, um espiritual, um amor e um de desprezo.
Uma que acha que é Colombina deveria desencanar pois nunca mais verá o rapaz/outra que acha que ela deveria se proteger bem e ver se realmente quer procura-lo./Outro que acha que Colombina deve ir atrás de seus sonhos e diz ainda que até a ajuda o encontrar./e outro que acha que deveria acha-lo e pisoteá-lo só por ter sumido depois de uma noite tao especial e ainda faze-lo sofrer não querer mais.Aí dar um tempo e pisotear mais uma vez.
Nada que servisse para Colombina.Tudo que lha servisse.
Mas todos os aconselhadores a serviram. E ninguém que não lhe serviu.
Todos ombros, Todos amigos.
Todos ombros amigos.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O Marinheiro, a Praia, O Êxtase..


Acordou a Colombina nos idos do Rio de Janeiro.Um novo hotel, um novo olhar.
A noite, uma apresentação no teatro.
A noite é quente e Colombina está de bom humor.
Chamam ela a um lual na praia.Nem é lual, é festa para Yemanjá,Oxum,Yansã,Oxalá...sei lá;em fim...todos os orixás a se encontrarem no mar.
Colombina separa um vestido branco, umas rendas que só as nordestinas sabem fazer e que ela mandou vir especialmente da Bahia para ela que ela combina, como só ela, brincos de brilhante e esmeralda verdinha,mais umas perolas,e outras esmeraldas azuis.
Ainda era Colombina oras, tinha de ter o seu toque especial.
No caminho da praia, ela encontra flores que vai agregando a seus cabelos.
Na festa,frutas,água,aguardante,cachaça a vontade.Um banquete.
Eis as benzeções e o Preto-Velho, que bafora a todos com seu charuto e nos benze com galhos de arruda a dizer que o cigarro que fumamos são parte das nuvens do céu e a cerveja que bebemos é a espuma do mar.
Tudo muito ritualístico e envolvente.
    Entoam-se mais canções.
Sentada em um tronco, rodeada de pessoas, com os pés sob a areia,Colombina repara um rapaz...um sorriso maroto, uma camisa branca e tão fina mesmo que de tecido barato que é possível de ver os pelos de seu peito.A camisa dele tem uns furos...
Brilha uma corrente dourada.O sorriso não lhe sai do rosto.Ele tem algo na boca...um desses raminhos...palha?Não o cigarro...este está atrás da orelha.
O rapaz enfeitiça Colombina com o olhar , enche a boca de uvas itália e ainda segura umas na mão...e resolve se sentar sem cerimônia ao lado de Colombina.
Troca umas palavras com Colombina e a chama para rodar para a lua...correm para perto do mar.Chutam-se de água...se jogam beira á prainha, caem no chão.O Silêncio é cortado apenas pelo barulho do beijo molhado que se segue e nem se sabe como aconteceu e uns suspiros incontidos de Colombina.
Ela sente o cheiro da respiração ofegante do rapaz como aquela inspiração levare que o maestro dá antes de começar o concerto e aquele cheiro do “homem do mar”,de suor salgado a faz revirar os olhos.
Um abraço apertado entre os dois e se fundem como um só.E o abraço da noite que os permeia.As trevas pesadas os engolem.E o silencio das estrelas os bastam.
Na manhã seguinte , acordam e se olham novamente.
Colombina finalmente pensa ter encontrado o seu amor.
Nascer do sol, despertar da vida.A vida que é constituída de Amor.
E declara para ele em sussuros dizendo que quer doar a ele sua dedicação para cada um dos dias que acordar e dormir.Como mini-vidas que acontecem como que para uma efermera: que nasce de manhã e morre ao por-do-sol.
Só por Hoje.
É um mundo novo e encantado.
A sua fala tem som de música...
O sol vai se levantando e atingindo a orla da praia como que ao ritmo do “Bolero de Ravel”;ao mesmo tempo a empolgação e a juvntude da pele hidratada de Colombina que saltam-lha da face Há ali nova vida.
Colombina não somente quer doar tempo para pensar nele;mas para acompanhar alguns de seus passos, dos quais como expectadora encantada quer estar na platéia para aplaudir com os olhos brilhando ; torcendo como quem vibra na arquibancada do Maracanã.
Ou ainda nas tomatinas da vida que ela não poderá impedir ,estar lá solicita,com um paninho umecido, como uma Maria Madalena sofrida, a esfregar o sudário no rosto de Jesus.
Companheiros de luta.
Colombina está enfeitiçada.Colombina quer compartilhar o sempre de um dia e que seja esse dia bem vivido sem se preocupar com o amanhã.
Esse,o único sempre conhcemos: o dia aoso encontro do amor: que já acordamos amando...e vamos dormir amando.
Ele,por sua vez acaricia o rosto de Colombina com expressão de acordo.
Suspira.Levanta-se , e sai andando sem tirar o olhar de Colombina até que ele some.
Colombina ainda extasiada pensa: “Um boto?Aqui, no Rio de Janeiro? “
Colombina não consegue mover um dedo.Ele foi,mas deixou com ela um sentimento.
Logo, ficou.
E por ardor daquele sentimento, ela tem certeza de que ele irá voltar.
Quem ele era? Vendedor de redes,biscate... um marinheiro certamente.
Não se sabe ao certo.Ele se embarca no mar e some em suas aventuras e desventuras.
eTalvez o Mar.
Uma certeza Colombina tem: aquele homem era um pescador: num aquário escuro e de mágoas profundas, ele pescou o coração e o amor adormecido em Colombina.
Sim, não me repudie,não me conserte, não me corrija, não me oprima.
Colombina odeia ser repreendida!
Colombina o admirou sim!E ainda esta a o admirar!
O primeiro passo para uma mulher amar...
Colombina amou primeiro aquele homem.Como ele era:
Colombina amou quem conheceu.O sorriso dos dentes e dos olhos,e as mão segurando as uvas.
Colombina amou aquela estrutura cheia de pelos,mas não pela aparência e nem que ele fosse feio.
Colombina amou o que viu.Colombina amou o que conheceu.
Não o toque, não o arrepio,não o beijo.Não as uvas que ele lhe ofereceu, não qualquer promessa vil ou vã.Não como um daqueles diamantes baratos que recebeu de seus ex-amantes da alta sociedade.Ele não tem o que oferecer a ela.Mas ele se ofereceu.o Doar-se.
Talvez em outra circunstancia, Colombina ,mulher fina como é,jamais olhasse para ele.
Mas como diz o bordão americano : G’d works on mysterious way... (D’us trabalha de maneiras  misteriosas...).
Ou talvez lá em secreto, ele fosse mesmo a idealização de Colombina.
Disseram tanto por aí afora ,que Colombina nem se lembrava do que queria.
Aquele,era o Homem que ela queria. 
E sim: amou sim.
Colombina o amou e deseja que ele volte para que construa com o tempo  uma estrutura com base.Alicerces.
Mas que não haja determinação de tempo, nem de espaço.
E por que o medo da palavra amor?Talvez porque para Colombina o verbo seja o mesmo que a ação?Qual o medo de amar?Isso não está inerente a nós,seres humanos?Não seria o exercício de um direito?Ainda mais numa democracia brasileira?
Colombina o respeitou.
Assim passam as pessoas pela nossa frente. E talvez nem percebamos.Se quer lembramos da primeira vez.
Não são todas que mexem conosco assim,pois isso seria de vulgarizar o sentimento.Digo daquelas que se tornam “especialmente especiais” para nós, pessoalmente e intransferível.
Segunda tentativa da vida que nem vemos assim: ei!Reparo...um segundo olhar:você.Um bla bla blá, uma bate-papo assim, ao lêo...para que nasça o primeira contato.O sorriso convidativo.
Vê-se outra vez, e mais...mais palavras,mais uvas, mais risinhos.
Assim descompromissado,deixando que digam ,que pense, que falem;deixando tudo pra lá e indo lá.O que é que tem?Não estamos fazendo nada.Faz mal babetr um papo assim gostoso comalguém?
...amar o que conheceu,o que viu, o que se afinou.O que até se surpreendeu.Admirar entre tantas dissonâncias,os “acordes perfeitos”.
E na loucura de John Cage, desejar apenas ser Puccini.
Nessum Dorma!Nessum Dorma!
E que Ninguém durma!Ninguém durma!
Amar as risadas.Coisas que você já amava antes e veio ele... e apenas personificou.
Uma projeção! Pode ser, até uma projeção...mas você vê e é autentica de fato.O que você queria, o que você pediu, o que se interessa por você mas não é exatamente igual a você por isso mesmo te completa.
     A saída carinhosa e o silencio do “homem de Colombina da vez,” e ”vez” por muito tempo, ela assim o deseja.
 Dá a incerteza diante do outro, que nada sabe e tudo desconfia.
Talvez seja só educação.Talvez também haja ali o interesse,talvez o interesse em entender o interesse.Talvez curiosidade boba, talvez já um pré-enjoo,talvez um tempo...um “aos poucos” dele que se for atropelado perde o encanto.Joguinhos malditos e meios de campo que o homem gosta e a cobtra-gosto Colombina teve de apernder a jogar...talvez,prefirisse a direção.Ou, Talvez não.
Talvez a ignorancia do fato mesmo.
Ninguém nada sabe se não informarem.
Mas pra essas coisas não tem como dizer, não tem como aprender, não tem como informar.Ele tem que sentir.
Ele que tope as aventuras eternas, e se jogue sobre elas.
Talvez não pelo mesmo motivo,mas vai e uma hora há de sentir.
E repelir,e fazer-se de tonto,e te fazer desistir;ou querer mais e te fazer sonhar.
Em tempos que agente prova do couvert pós sobremesa e o cafezinho antes mesmo de sermos convidados para uma janta...parece estranho de minha parte imaginar do jeio que deveria ser:”Oi!Tudo bem?Muito Prazer!Vamos conversar?”.Ou melhor,o jeito mais comum a tempos antigos.Do galanteio,dos “bons modos”,da cortesia.
Até por isso que a Colombina da história teve de personoficar uma transa louca na praia para que se entende-se que ela criou sobre este homem um sentimento de ternura boba de modinha.
Embora cortesia nunca seja demais.
Mas também acontece aos poucos já que em essência não somos diferentes dos nossos avós.
E de lá pra cá convenhamos que em alguns aspectos involuimos.
Mas não condene nem a si, nem a pobre da Colombina!Isso tudo é muito lindo!
E pensando bem,o que quero dizer é que não há fórmula para este compasso!
Livremo-nos dessa tendência acadêmica de querer racionalizar aquilo que é passional!
Então vá , Colombina!
Colombina apaixonada!
E guarda aqueles doces momentos em seu peito da forma como Bete-Seba em seu hino ao Amor ao Rei Salomão alertou as filhas de Eretz Ysrael: “Atenção,ó moças de Jerusalém: Não acordeis e nem desperteis o amor,até que este os queira”.
Na dúvida, o Silêncio e a discrição.E o que esta guardado para si, para si está.Não existe melhor cofre,nem cadeado potente ,nem “macaco “, bomba,fogos de artífico,chaveiro que possa retirar isso de você.
Ai...a brisa do mar que me toca a pela ( brisa...avida pela paixão).
Eis que de trás de Colombina, uma voz de um trabalhador a desembaraçar a sua rede,em sua cantoria singela,simplória.... “a taquara rachada do povo” que outra vez Colombina olvidasse sem dar o devido valor popular, que canta mais uma vez um ponto:
o ponto do marinheiro, que Colombina escuta,de olhos fechados e sorrisos postos.E faz deste a sua prece.
  "Oh marinheiro foi você quem trouxe, foi você quem trouxe minha flor amada. Oh marinheiro das águas tão doces, levas minhas mágoas para as águas salgadas."
Excitação...você,meu delírio,devaneio, alucionógeno,
Minha embriaguez.
Sinta o cheiro do ar a entrar em minhas narinas.Sinta o ar entrar em minhas narinas.(Suspiro profundo...)
O Mar.
É você.Meu dia de hoje.
Meu estado atual;motivo de meu sorriso bobo,
Motivo de Minha Alegria.




segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O Ninguém

Colombina desce de seu apartamento: uma tarde nublada.
Resolve dar uma passada na padaria para o "pingado" como de costume. Pingado, Média, Café com Leite.
Ela senta-se ao balcão e não nas mesinhas de fora onde ficam as "mulheres de família".Põe a piteira preta em seu cigarro, e o acende...nem ligando para algumas caras feias que vê por ali.
De repente , para o olhar em duas amigas que estão conversando.Dondocas da elite de quem Colombina já roubou os maridos por algumas noites em outros carnavais.
Elas estão a falar de suas vidinhas mediocres como "senhorinhas do lar", de seus devaneios compulsivos por objetos de valor.
De repente, eis que com um certo ar de "orgulho",uma delas vira-se para a amiga e diz: "Ai ...eis que estou a viver endividada.Meu marido me deu um cartão.Pago juros altíssimos!E ainda uso o dele escondido sabe? Quem nunca gastou horrores e pagou no débito para que nossos homens não desconfiem!!! Hahahahaha...ai ai... Sem dúvidas, não sou ninguém."
Colombina dá um pulo do balcão de ímpeto...olha para elas, desejando que elas a vejam.E eis que a observam...ela então dá um risinho sacana de lado da boca e engole o resto de pingado com uma classe inigualável á nenhuma Dama de etiqueta.E se volve ao balcão para conversar com o atendente ...ri-se.
Talvez, você não entenda a atitude de Colombina a princípio.
Aquelas mulheres, de fato, não são Ninguém... elas são é Todo Mundo!
Todo Mundo se individa... Todo Mundo faz compras compulsivas... Todo Mundo,nada de diferente ... é só Todo Mundo e Todo Mundo somente.
TodoMundo é IGUAL a Todo Mundo.
Ninguém é diferente. Ninguém faz a diferença.Ninguém vive em seu mundo recluso e misantropo...Ninguém raciocina.Ninguém é lembrado.Ninguém é ativo,por si e pelo próximo.
Colombina abriu sua carteirinha com detalhes de pedrinha de guardar moedas; aquelas com fecho francês de bolinhas, tirou as moedinhas que lhe pagaram o pingado...
passou sorridente e faceira.Fez uma reverencia ás mulheres que a mediram de cima a baixo...e se juntaram um pouco mais quando Colombina se afastou para falar mal dela.
Colombina se riu, já que por ser uma mulher emancipada ,numa sociedade tão machista, ela , que não é "Senhora do lar" mas é dona de (sua própria) casa, que não é mulher de um homem só , porque não se deixou prender por um padrão, por que não quer ter de lavar as meias de quem Odeia SEM Amar, porque entende o processo como dar-se a quem de direito ou nada;Colombina, mais uma "Joana-Parva--Ninguém" na sociedade , entendeu o seu papel.
E pela primeira vez na vida, agradeceu...e desejou com força  interior
apenas ser NINGUÉM ( Clique para ouvir - Filosofia- (Noel Rosa) Intrp.Chico Buarque)

domingo, 9 de janeiro de 2011

Marca de Vinho (Dama do Cabaret)

Colombina foi ao cabaré como de costume, tomar o seu trago, fumar a sua cigarrilha , trocar idéias 'Iluministas', ter boa companhia rir, ouvir boa Música.
Entre uma taça e outra de vinho, a alegria e a ebridez tomam conta da aura de Colombina.
Dançando com as mãozinhas para cima, arriscando bons passos com seu salto alto branquinho, fazendo contraste com o chão de mármore escuro.
Termina a noite, ela e dois companheiros boemios abraçados, cantando para a Lua canções de noitadas boas e do viver.
Colombina se despede, entra em sua casa mal acertando a chave na fechadura da porta.
Entra jogando sua carteira com de couro de jacaré, joga longe sua tiara cheiade plumas de pavão,vai arrancando a roupa, se livra de uma liga  apertada de sua lingerie, e um par de suas meia-calsas saem sozinhos, sem explicação.Colombina deita na cama e morre nos braços de Morfeu.
Dia seguinte: um pouco de ressaca.Uma jarra de cristal cheia d'agua a espera no criado-mudo coberta com um lencinho véu-de-noiva.
Colombina começa a querer ajeitar a bagunça de suas roupas, quando percebe que seu vestido de seda da noite anterior está sujo...é mancha de vinho!
Alguém ou ela mesma deve ter encostado uma taça em si...é preciso urgentemente por a roupa de molho.Os vestidos de Colombina são como filhos de dondocas para ela: tem de estar sempre impecáveis!
Molho/Molho/Molho... passa a hora...saiu um pouco,mas não tudo!

Colombina corre , abre a porta do hotel onde mora e grita por ajuda para umas das camareiras. Uma delas vem calmamente, e enquanto Colombina faz um escandalo, a camareira calmante pega o vestido das mãos de Colombina, e leva consigo...Colombina vai atrás berrando.
Ao chegar na lavandeiria, a camareira, com mãos de pianista,a mergulha numa bacia com água e reserve. Pega outra bacia, coloca o vinagre e mergulha o local manchado. E só. Milagrosamente a mancha de vinho sai na hora. Bem simples, não?
Alívio de Colombina que quase morreu de sincopa ao ver vinagre barato em seu vestido de seda turca e fios de ouro.
O que Colombina não se atentou, é que a mancha de vinho em seu vestido, por várias vezes apareceu na sua vida.
Não só em sua vida, mas ela mesmo derramou vinho na roupa alheia várias vezes.
Não percebemos que em simples detalhes,em pequenos momentos "manchamos"a vida de alguém.
Talvez essa pessoa dê conta de acabar logo com a mancha como a camareira. Ou talvez se desespere por um bom tempo como Colombina.
Ou talvez ainda, queira guardar essa mancha em um pedaço de pano como recordação.
Um dia, um momento já basta para que esse passo passional deixe alguém a pensar em você por meses...ou tenha de si uma impressão aterradora.Ou ainda leve consigo o cheiro , o perfume de uma vida que despertou depois de tal encontro.
Razão?Nem tudo ela explica.
Somos constituidos em cada uma de nossas células de emoções.Pacotinhos de açucar e de corações passeando por nossas veias.
Não se culpe se a mancha de vinho não quer sair de você. Isso acontece e não faz mais ou menos irresponsável pela sua razão. Também não é sentimento pueril: é sentimento humano.
Não mexa na mancha até que alguém a retire de você...ou retire-a...não sei.
Não se culpe pelas suas vis paixões inesperadas.
Assim é a vida, e elas acontecem...
Manchas as vezes são saudáveis.
Porque como já diria a propaganda de sabão em pó:
"Se sujar faz bem" (Clique para ouvir)

sábado, 8 de janeiro de 2011

Pés Cansados...

Vida...correria.
Um dia ,acorda Colombina e não consegue calçar os sapatos de tantas bolhas que a semana lhe deu.
A profissional, a Mãe, a Mulher , a 'Mulher de'. Jornada incansável de trabalho.
Colombina deita-se na cama...cansaço? É pouco...virar- se de um lado para o outro.
Pra dormir? Tanta excitação...só um Rivotril.
Para que sejamos 'felizes' dizem que é preciso correr.... correr... correr.
Ora...se correr cansa, porque esse seria o motivo de nossa felicidade.
De  repente paro...a respiração está ofegante...é preciso apoiar o corpo nas pernas... o suor cai , lentamente pelo rosto e o corpo está mais quente que de costume.
Preciso parar. Você precisa parar...precisamos parar.Descansar.
Tudo muito automático...
Tudo muito frenético.
Tudo muito doentio.
Se na verdade, tudo o que eu queria era me deitar no campo, descalça, com qualuqer roupa que fosse que estivesse no corpo...mesmo a mais fina do cabaré, de barriga pra cima, a observar as estrelas e quem sabe, com sorte encontrar estrelas cadentes.
Olhar, pensar, do começo a eternidade, cada passinho, se é que me lembro da vida.
Ou apenas fechar os olhos e me deixar levar pelo absoluto.
Pelo vazio completo.Pelo vazio, que preenche.
O Vazio cheio de si,
O vazio cheio,
Simplemente,Vazio - (Clique para ouvir)

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

FF ,Piano... Fortíssimo!

Em música , o termo ff  resigna a expressão Fortíssmo: 
uma indicação para que se toque muito alto, mais alto do que forte, mas suave do que fortississimo.(fff)
Isso ocorre porque a dinâmica lida com as mudanças relativas de volume ao invés de decibéis exata - assim fortíssimo significa muito alto em comparação com o volume médio da canção.
A delicadeza de um piano, instrumento clássico, bonito, charmoso...aguenta toda essa dinamica.
Piano,Suave em italiano...quem diria que aguentaria o peso e o virtuosismo,grito escandaloso do século XX de Rachmaninoff (Clique para ouvir) 
Talvez porque mais clássico é ouvir um discreto, contido, de perninhas fechadas Beethoven em Sonata ao Luar (Clique para ouvir)
O Pianos é analogo á nós mulheres.
Somos mais delicadas por características genéticas,mas nem por isso somos frágeis.
Podemos surpreender.
Esse também parece um papo reacionário: afinal de contas , deviam esperar isso mesmo de nós.
As aparências enganam.
E a 'normatividade' imposta socialmente é irreal.
Gostamos do fino toque, gostamos da apreciação toda.Gostamos da finesa com que as leves mãos dos pianistas' nos tocam.
Entrementes, gritamos alto ff ,fff !
Temos voz!
Algumas de nós, preferem ser Beethoven outras são Rachmaninoff com orgulho.Mas ainda continamos sendo Piano.
Nossa força não representa ameaça ao pianista...o amante do piano.Representa a segurança de que aguentaremos qualuquer concerto sem que se quebre nenhuma tecla.
O Pianinho de Cristal que a sociedade impõe a nós mulheres, facilmente se dilascera.Muito embora seja mais fácil de carregar.
O Piano de verdade (leia-se MULHER DE VERDADE) é ébano forte.\
Ai do pianista se um Piano de fato lhe cai na cabeça...
Talvez se fôssemos monótonas Für Elises (Clique para ouvir) em seu tema desgastante e repetitivo, os pianistas se cansariam de nós, como todos nós que o tocamos de fato (piano /instrumento) já enjoamos dessa peça.
E até mesmo a passiva da Für Elise se enfurece no segundo movimento.
Submissão, castração, machismo...domamento... isso pra mim remete aos animais. E até entre eles há femeas que cuidam do bando. O próprio Leão, REI DA FLORESTA tem é uma bela de uma "patroa"em casa.
O certo seria Piano e Pianista em Harmonia.
Na sua condição de piano, com 88 teclas e seu fino ébano e o pianista: com suas mãos; únicas.
Nem um nem outro devem ser subestimados...
Embora o piano possa ser admirado só, e o pianista também, um e outro se completam.
Um e outro se admiram.
Na orquestra da vida, o Piano é o solista.
Pode haver um pianista que o toque.Mas o som sai do piano.
No fim das contas,reconhecimento de todos.
Que os pianistas tratem dos pianos qualuqer que seja seu repertório.
E  se o pianista se sentir acuado diante deste, então que compre um Poodle.
Me desculpe.Você não serve para exucuta-lo
Ele é Piano...mas seu nome completo? PIANO FORTE! (clique para ouvir)

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

De Colombina Para Marcela Temer.

Colombina pega a pena,senta-se á mesa...pega uma folha envelhecida...liga o Nelson Gonçalves em seu vinil, acende o cigarrete, um trago.Ui!Caiu uma cinza no vestido de cetim.
Pega o lenço que um senhor qualquer deixou em casa, limpa.
Põe a pena na boca, centraliza a folha,molha no nanquim e começa a escrever uma carta...
Á nova "namoradinha do Brasil",
Sra Marcela Temer
"Venho humildemente atravéz desta, querida. dar-lhe uns conselhos de quem ODEIAMAR tanta gente e teve que aprender a conviver com isso
Espero que esteja tudo bem com você...e está eu sei.
Ao mesmo tempo me bate uma tristesa quando vejo você pela belha teve de tela convexa,da minha casa.
Imagino, quão sofrido deve ser estar tão bela 100% do tempo frente ás câmeras de televisão sem de fato ser uma celebridade,e num ambiente tão sério.
Imagino como deve ser saudar um povo sujo que você nunca viu na vida e que estão julgando você simplesmente porque teve a esperteza que nenhuma de nós teve: agarrou o seu político com unhas e dentes e hoje ele é o vice-presidente da nação.
Como é a sensação de ser a 1a Dama de um país de tarados que estão pensando em você em banheiros masculinos?
E como é a sensação de ao mesmo tempo de tanto glamour e tanto luxo, tantos cremes e sessões de injeções de gás  carbonico que serão pagas com o dinheiro público (dentro, assim espero do salariozinho de 24 mil reais de seu "consorte") , você ter de abdicar de amigos de sua idade, sem protocolo e das farras juvenis que você nunca verá?
Como foi , com que charme o sr. Temer conquistou você? Quantas rosas ou rosas de doláres ele te ofereceu em troca de seu amor?Sob que situação?
Ele puxa , em casa, a cadeira para você se sentar?
Te 'serve' bem?
É querida...nos idos da vida, Colombina ainda não encontrou um Temer: experiente,charmoso e rico... mas o que sei , é que vivi.
Você deverá ser uma mulher forte. 
A vida não é só cohecer autoridades,não é só o glamour de destinos que só os chefes de estado conhecem,não é só tantas roupas quanto seu dinheiro poderá comprar em NY: mesmo que as jóias e os cortes para você possam ser infinitos.
Não deixe sua juventude passar sem se aproveitar dela, ou você terminará como eu: num surto, se trancará no quarto, beberá toda a coleção de Whiskys de seu marido, fumará feito chaminé,e aparecerá na frente dos seus empregados, quase seminua berrando: "Eu quero meu Champane!!!"
Como você viu, o povo não perdoa.
...e no país onde tudo acaba numa pizza simplória, talvez até te convidem para uma capa de revista masculina.
Falam de você: elogiam sua beleza, não acreditam nos seus conhecimentos.Querem arrancar seus cabelos...querem o seu sangue.
Você tem amigos com quem possa contar?
Onde muitos enxergam apenas a pompa...eu, o Lado Obscuro da Mulher vejo um vazio.
E estou aqui para lembra-la: o Olam existe...e pode consumir você se o deixar.
Se você não conseguir conduzir sua vida, será mais uma moça a sonhar com que o filme da sessão da tarde em que a princesa troque de lugar com a plebéia se torne realidade...porque a plebéia soube viver.
Você, no remetente desa carta tem meu endereço.
Venha para um chá...servido no samovar, com biscoitinhos finos e cigarretes sem fim.
Se confirmar, juro, guardo pra você o melhor charuto, que ganhei de um amante dono de tabacaria: é cubano.
Do mais aproveite: o que resta para nós pobres mortais, é o de sempre: a inveja.
Um beijo,
Sua Amiga, Colombina (Clique para ouvir)