sexta-feira, 27 de maio de 2011

Renegando-me ás flores...

A neve e as tempestades matam as flores, mas nada podem contra as sementes.
(Khalil Gibran)




E vós, as benditas, as "Bem amadas", estejais preparadas:
Chega em breve o tempo em que receberão de vossos amores, muitas e muitas flores em nome de um dia feliz;
mas estejais preparadas para recusá-las e não se enganem: sabei pois que as flores são contrárias ao Amor: sendo de plástico, são falsas e não tem perfume; sendo da terra, em pouco tempo serão consumidas e morrem.
Oxalá, que desejem um dia , receberem um saco de pedras: sim - parecendo tão inútil.
Antes, com as pedras, podereis construir alguma coisa e adquirir Sabedoria; e mesmo com as que aparentam não ter valor algum, saibam pois que elas não passarão: antes lá estarão, como sempre estiveram, desde antes do tempo da Criação...(clique para ouvir)



                                                          

sábado, 21 de maio de 2011

Ele gosta mais de Sax do que de Sexo

"O sexo faz parte da natureza. Eu só sigo a natureza."
(Marilin Monroe)



Sim, me desculpe, mas sendo mãe lhe aviso: sua mãe faz sexo! E deve gostar!
E as vezes como água, ou comida, seu corpo pede outra orelha, outra boca, outro cheiro que não é o seu.
Sucede pois que "rien" - e eles também : que são ensinados a "quererem" all the time dizem "não" : por trabalho, futebol, dinheiro, amigos , sono: não você.
E é um machismo tão institucionalizado que você também coleguinha, passa a achar "absurdo" a simples ocorrência de um "não" por uma noite.
Ela disse: -"Ele gosta mais de Sax que de Sexo "
Eu me espantei!
Não é isso não!
Deixe para ele o direito de curtir seu "barato" - de , mesmo que atraindo-se por ti, dizer-lhe "Não"!
Deixe-o também ser humano como és; isso também é parte para que tua luta pelo mesmo, seja levado á sério.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

"Ai Se Sêsse!"

"Não há ninguém, mesmo sem cultura, que não se torne poeta quando o Amor toma conta dele."

(Platão)

"Se um dia nois se gostasse
Se um dia nois se queresse
Se nois dois se empareasse
Se juntim nois dois vivesse
Se juntim nois dois morasse
Se juntim nois dois drumisse
Se juntim nois dois morresse
Se pro céu nois assubisse
Mas porém acontecesse de São Pedro não abrisse
a porta do céu e fosse te dizer qualquer tulice
E se eu me arriminasse
E tu cum eu insistisse pra que eu me arresolvesse
E a minha faca puxasse
E o bucho do céu furasse
Tarvês que nois dois ficasse
Tarvês que nois dois caisse
E o céu furado arriasse e as virgi toda fugisse"



                                                    ( Zé Da Luz)


Deixo pois meu livro de lado, d'algum poeta importante, que "seje"...
e Suspiro: "Ai se sêse!" (clique para ouvir)

quarta-feira, 18 de maio de 2011

"Caveira" eu? Maconheira e Tatuada, BO(f)PE!

Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais...
(Belchior)


"Sobrevivi" ontem de uma das piores experiências que me propus a viver na vida: Fui á um evento chamado "Diálogos Universitários" (que até então , eu não sabia) - é promovido pela empresa "Sousa Cruz".E adivinhem quem eram os palestrantes? Rodrigo Pimentel, ex-capitão do BOPE, e Alfredo Behrens, professor de MBA internacional.
Começa que ele foi muito pouco divulgado para nós "corja das Artes e Humanas", mas é meio obvio: é um evento que veio atravéz da empresa júnio Mecatron- logo, seu enfoque era "capacitação de grupos" visando um público de (futuros) engenheiros.
Na porta, um público empolgado - e eu ansiosa: havia preparado uma pergunta sobre "como lidar" com a alienação do jovem de 18 anos que vai para uma palestra dessas, empolgado com a vida e visando um dia ser "um homem tão bem sucedido quanto", sem ao menos pesar que tipo de "pauzinhos" será obrigado a mexer para tanto e também sobre a "humanização" - afinal de contas: ver "troglodismo social" e mortes (no caso do BOPE) todos os dias gera uma não mais "importancia"; e juro: faria tudo com classe, já que o evento tem como nome "di-alogo" : eu acredito mesmo que o que fará um profissional em posição de destaque é justamente este intercambio: vocês assistindo aos nossos concertos, e nós, as suas palestras.
Fomos recebidos com um banquete. Mas meu estômago não permitiu que eu conseguisse dar duas mordidas que fosse num "salgadinho" qualquer sujo de "câncer de pulmão" e "impotência sexual"- é UNICAMP: quem te viu, quem te vê- contra a venda de bebidas no campus e deixando a Sousa Cruz fazendo a festa... "buniiiiito" hein?
Me encontrei com alguns amigos , já "temerosos" pela minha presença, achando que uma "humanas" (que na verdade é ARTES!) iria de fato "causar" naquele meio.
Entrei para o anfiteatro: um ambiente agradável cheio de jovens "bonitos e cheirosos".
Começou pois o circo, mas a única palhaça presente era eu: A Sousa Cruz fazia uma "ótima apresentação" do "modelo de empresa" que são pensanso no "bem estar" das criancinhas que eles "ajudam" e como é de qualidade o "produto" que eles se quer tem a coragem de citar o nome (HÁ! "E ainda teve um panfleto" em que eles pergutavam sobre qual era a visão da empresa Sousa Cruz para nós: com as opções: MUITO bom á MUITO Péssima- imaginem qual eu assinalei... )
Em fim: tomou pois o microfone um senhor muito simpático chamado Alfredo Behren, de um MBA internacional por aí: contando as "glórias e formosuras" que tem um batalhão como o BOPE.
E de como era importante o "trabalho em grupo" - dando até entender em alguns pontos o nepotismo.
Ele se "queimou" comigo no instante em que disse de uma "empregada doméstica mexicana" que não "fazia parte do sistema" (PÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉEÉÉÉ!!!)
Em fim, vamos pular a parte do "você um dia será igual a mim", vamos para a parte que interessa:
Eis surge o "hômi": Senhor Sargento Pimentel : O "Capitão Nascimento" logo ali... bem na minha frente: um dos "heróis" da minha adolescencia (pasmem!Mas quem nunca cantou Tijuana alucinadamente???Atire a primeira pedra ~~~~ . pof! Ai!!!)
Começou que ele era "da galera" - puxando um saco da engenharia absurdamente: chamando os empresários juniores de "Caveira"- ele é formado em sociologia na UERJ e disse que ficou nas humanas porque não dava conta das exatas (...como se acaso houvesse uma palestra sobre Spinozza ou Kant, algum professor da engenharia fosse entender ; lembrando que foram os "PENSADORES" que deram os primeiros passos para a engenharia...)
Perguntou se alguém acreditava que a desigualdade social gerava violência: um rapaz da História levantou a mão- ele disse que por dados não: e é obvio: fez mais uma piadinha do tipo "mas é claro que você é da História- tem cara mesmo" - já que o rapazinho - barba- era bem mais autentico na maneira de se vestir que o resto de "iguais".
Depois de meia hora de discursos entre "porras e caralhos" lhe saltando da boca, respito, e mais uma sessão de preconceitos:
"Pô o cara não queria fazer a cena de comer comida do chão! mas fez uma cena super nojenta: o cara suado, sem roupa atras do outro, puxando cabelo" (referindo-se a sexo homossexual)
Depois de violência:
"(cena do "pede pra sair") Isso é uma atitude de "amor" para com o grupo..."
E aí , "meu ápice":
"Alguém aí fuma maconha?"
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Levantei minha mão: em nome de 70% daquela platéia que fuma TODOS OS DIAS e não admite por "pura convenção social" - afinal: quem estava lá era seu futuro chefe, ou quem sabe "seu futuro marido"

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"Eu tenho tatuagem mais não gosto: acho coisa de maconheiro; alguém aqui tem tatuagem?"
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Novamente eu levantei a mão
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Risos da platéia
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Sei o que é um exército de verdade. Sei também o que é um ambiente empresarial... acreditem, mas não me perguntem como.


Tudo acompanhado por risos, aplausos e comentários do tipo Conteúdo excelente! - este inclusive retirado do Facebook.
As perguntas não podiam ser feitas no microfone... e apenas em um pedaço de papel: não leram a minha.


                 MONÓLOGO COM O UNIVERSITÁRIO? NÃO AGUENTOU? PEDE PRA SAIR!
Nem quente nem frios e estou a ponto de vomitá-los de minha boca
---- Quantas vidas não foram tolhidas? Quantos maus-caráter pisaram uns nos outros para "chegarem onde estão" em suas empresas... quanto sangue derramado em nome de uma pequena-burguesia querendo ser "Caveira"?


CAVEIRA????
CAVEIRA SOU EU!!!!!!
"Caveira" sou eu; sim - a "maconheira tatuada".
"Caveira" sou eu que me privei de ter uma vida melhor embasada numa vida que meu pai construi para ele para andar com as próprias pernas.
"Caveira" sou eu que engravidei aos 20 anos , sofri agressão de todas as formas e fui,por vezes, traída publicamente
"Caveira" que tenho de me privar do convívio contínuo com minha filha para estudar e sustentá-la.
"Caveira" sou eu que vou á público em nome de toda uma maioria que tenta ser calada.
"Caveira" que compartilho idéias e as respeito: que as vivo e não as "compro" prontas
"Caveira" sou eu que antes de tudo, sou mulher: e por conta do machismo imperante, tenho de me justificar por isso o tempo todo.
"Caveira" sou eu que tenho de me emancipar e ainda ouvir que estou "assustando" aos homens, já que agora , eles me veem no "páreo".
"Caveira" sou que tenho de pegar um 332 todos os dias lotado, com um motorista fazendo cara de "bunda", para mim, que preciso ir estudar e estou pagando R$ 2,85 por cada passagem
"Caveira" sou eu: maioria social oprimida! Putas, travecos, "veados", pobres, pretos,judeus,ciganos, mulheres-objetos,feios,gordos "bugres,nordestinos, pardos"... essa gente que a "elite não gosta".

"...e o senhor, vai dizer aos senhores 'binários 0 e/ou 1' que os aspirantes á pequena burguesia de empresa júnior é que são 'Caveira'? NUNCA SERÃO!"
o trabalho deles é digno, mas devia ser mais humano e consciente...
Ressalvo aqui, que ao passo que odiei aquele lugar, passei a amar mais ainda aqueles que lá estão,mas tentam superar a visão de "não serve joga fora" - "passe por cima" - pois a lutas deles é ainda maior. Como a Colombina mesmo, minha personagem na Rádio MUDA que tanto manda-lhes "beijo" dizendo a exaustão que os Odeia Amar...

E para você que inda não se concientizou nem se quer  o fará, afinal de contas isso é "papo de alternativo", digo-te pois: Vá!
Viva sua vidinha mediocre, rica e "feliz":
Não se emancipe mulher! Pra que? Contente-se em se formar e se casar logo após com o "bonitinho" de terninho armani da empresa júnior. Ele terá um futuro brilhante! E você estará ao lado dele : "sorrindo e acenando/sorrindo e acenando".
Mas saiba que ele irá traí-la com aquelas a quem ele chamava de "vagabunda qualuquer", mas que são muito mais bem resolvidas; ou quem sabe ele mesmo: "mau resolvido", decida "fazer algo de diferente" com alguém na "europá" , sua "casá", sua "pisciná"... tomando uns "bons drinque" com uma companhia qualquer que certamente tem "algo a mais" do que você.
mas mantenha-se você fina! Pisando de salto alto na grama: e contentando-se em ter um "carrinho mais simples do que o dele".
O senhor, seu "bonitinho", que vem escondido do "chefe" aqui pelas bandas dos arruaceiros pra poder fumar maconha em paz, vem para as "artes" para a procurara sua próxima "musa do banheiro" andar de chinelos havaianas e mijar bêbado nas "humanas", vai sim, ser muito bem sucedido!
Chutará os hossexuais, "aqueles sujos" e terá nojo do mendigo que pede um prato de comida na porta da sua casa.Aquele: com o mesmo sangue que você tem nas veias e que talvez um dia o salve caso você sofra um acidente e ele seja seu doador de sangue.
Vocês juntos, assistirão á nossos concertos e admirarão a suntuosidade do teatro- que enquanto você empresário júnior, podia aprender a se bitolar na faculdade numa Mecatron da vida, agente levantava uma "cruz" para o nossos espaço de trabalhao que morreu em 1989 - O Teatro do I.A que se quer chegou a nacer.
MAS, ouça: pode ser que em algum dia, do fruto de vosso "ninho" convencional, basça um rebento: uma menina talvez...
E pode ser que ela tenha dentro de si um gérmenzinho demoniaco de contestação e depois de assistir a tanto teatro em casa decida seguir a carreira de artes cênicas...
E lá por uns 16 anos, de o seu primeiro pega num "beck" e resolva fazer isso em público - "é só uma ervinha...qualé?"; lidará com a nudez de forma natural como fazemos todos debaixo do chuveiro e aos 21 anos engravide de uma noitada qualquer e decida fazer um aborto: o que desmonará sua família cheia de boa moral e costumes : afinal de contas o problema todo é: "ela não é mais virgem"; e decidirá não fazer faculdade por pura opção e fará sua primeira tatuagem: o simbolo da anarquia.
Ou talvez um menino... que vai herdar a sua empresa, mas aos sábados a noite vai incendiar mendigos e roubar carros... e sem que os amigos vejam, vai pagar pelas "chupadas" de um travesti e um dia uma bela camera de celular flagará essas cenas. Ou talvez ele seja mais bem resolvido e de bom caráter; mas se assuma homossexual o que para você, amigo leitor "reacionário" , está no mesmo páreo;  de qualquer forma: você estará em destaque sempre, "amiguinho diferenciado"! E as pessoas vão falar!
Você e sua mulher ao menos uma vez estarão unidos de verdade numa só voz de choro e se perguntarão: "Onde foi que eu errei?"
Onde está a felicidade? Pois bem: dá-se o que se tem para dar: a falta da mesma estará a te acompanhar como começa a te perseguir agora.
PAREM AGORA! De ir a seus trabalhos reclamando do trânsito! Parem de ser tão exatos! Sem reparar no sol lá fora e numa revoada de maritacas! Parem de não viver!!! Tá tudo errado!!!!! Vivam!!!! Cadê o "ruach"- o fôlego de vida de vocês? Cadê seus corações????

Termino dizendo que quero é mesmo que se enfie uma "Faca na Caveira" em quem ali esteve com covardia e que se calou diante de idéias que consideravam contrarias.
Cheguei em casa e me esperava um pão com mortadela: também me preparei um Mate - tão quentinho!! "Manjar dos deuses" como diria minha mãe... vindo do suor de um trabalhador honesto

Devolvo pois o emblema da "Caveira". Eu nunca a almajei: Melhor o exaltar a face da "Vida" que ser escravo da face Morte. (clique para ouvir) 



 

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Sherazad

 'Sherazad fez escola
com a sua sabedoria
toda noite quando lhe ouço
as conversas sobre o seu dia
imagino no amanhã
o que mais me contaria.
mais uma noite e mais um dia
e nesse ritmo tão tranquilo
coração meu, de tão fechado,
vai se abrindo aos pouquinhos
vira amor a simpatia
e já te quero, só pra mim.'

(O Segredo de Sherazad)





Fico aí a esmo, pelas madrugadas... sentada num tapete persa qualquer, querendo fazer com que ele levite e tome voo ; tentando lembrar do que passou para ver se arranjo nalgum canto de minha cabeça oca e redonda, uma inspiração qualquer.
Muito mais de 1001 histórias ja tive de inventar: dancei com os sete véus, com vaso, com espada...
E os amantes foram passando. Uns me poupando a vida, outros me deixando morta: viva.
Chegava que quando descia a aurora,simplesmente iam embora.
A noite é longa e escura; e se são Mil e Uma? D'us meu! Até quando me prenderei a elas?
Eu só queria amanhecer, amanhecer e durar os dias ao lado de quem o clareou com o frescor de um sorriso e o animou com um afago.

A Sherazad por vezes chora; nem sempre são felizes as suas histórias; e se lhe parecem repetitivas, talvez não porque ela repetiu tantas vezes assim: mas porque ela apenas externalizou o que tu também queria falar.

E mais uma aqui, nova página escrita; pra quem quiser ler, pra quem quiser saber o que se passa nesse palácio tão farto,tão grande e tão vazio.
No harém ,aos poucos, indo-se vão as donzelas que me acompanhavam - chegam os príncepes : um a um levando-as embora.

Sobro pois e sigo esperando.
Talvez seja este o problema: quando parar de olhar pela janela,
pode ser que  aí então não príncepe: mas que entre o Sultão (Clique para ouvir) pela porta principal.

Sem Ré: Mas tenha Dó!

Para Josadark e JP 
e  cada uma de nossas cordas
"ré que estouraram por aí".
Obrigada por se fazerem "folhas secas"
e comigo voarem em minhas "brisas"




Ai! Mais uma vez,
a corda do meu violão !
Estou o ré!
Como é que fica minha canção?

Agora vou compor,
sem ré sem dor:
não vou voltar!
Mas se eu der ré,
será que vais me aceitar?

Sei que já passei,
Eu não tenho culpa,
Só agora que notei...
agora, sua vingança é saber
que tua paz é minha ânsia;
te querer é meu querer

Ré que estourou, 
interesse que acabou;
se agora é mi, é fá,
se foi lá que se enroscou
não me interessa!

Tenha um Dó pra mim!
Cadê meu Sol!
Eu tenho pressa!
E Si meu Sol voltar,
nuvens se vão e o Dó também.

Vou afinar meu violão,
Mas o que eu queria mesmo,
ô meu bem...
Afinar, em cada corda






domingo, 15 de maio de 2011

Compêndio - "Acerca dos Passarinhos..."

"Funciona" mais ou menos assim :
Você tem um viveiro cheio de passarinhos. Um sabiá canta na sua janela e você invoca que aquele canto é mais bonito. Você faz tudo para conseguir capturar o sabiá,arma todas as arapucas e deixa os outros passarinhos de lado. Eles sentem fome e você deixou a porta da gaiola aberta. Os passarinhos vão embora. Moral da história: Os passarinhos do viveiro são mais bem cuidados que o Sabiá  e depois que você percebeu era tarde de mais: talvez eles tinham muito mais a ver com você... porque com você conviviam mais - 
...e o Sabiá...maldito! Na verdade era apenas mais um pardalzinho ~ melhor cuidar dos outros - belos canarinhos, coloridos e cantantes, da próxima vez .
Sucede pois que os Passarinhos são assim: ás vezes cuida-se mais deles do que de si mesmo:                   Viveiro de ouro e ao invés daquilo que merecem: alpiste,serve-se caviar.Muitos deles são passarinhos de campo: preferem eles mesmo caçarem sua comida e não estão acostumados com tanta regalia. Outros ainda, preferem gaiolinhas de madeira de onde facilmente poderão escapar. Outros preferem apenas outras gaiolas. Outros não são passarinhos: são urubus.
Inda que "bonitos e cantantes"... são apenas passarinhos... e você? Dona do Viveiro!!! Merde! Queria que não fossem pombos! Rolinhas há em tudo que é fiação por aí...
Queria que fosse especial!! Ou talvez de todos os iguais, um igual só para mim;
...mas aí, seria diferente.Talvez eu deva fechar a gaiola, limpá-la... lustrá-la...talvez eu deva entender mais sobre cada essas espécies todas aí...e aí quem sabe não mais um passarinho qualquer... mas  aquele que quando canta, faz toda a floresta silenciar; mas eis que sempre á procura, quando estiver pronta, abro novamente a pequena porta, e espero pois que adentre de livre e espontanea vontatde, querido Uirapuru (Clique par ouvir.)

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Sem sal.

Tal como uma yiddish mame, ponho o avental e entro na cozinha:
lavo as minhas mãos, verifico minhas unhas, retiro todos os meus anéis.
Cada um dos ingredientes estão separados e bem cuidados. Os talheres são todos finos e estão dispostos no lugar.
Há muito que aprendi a cozinhar. Desde pequena; e antes de nascer, já cozinhavam por mim.
A vida me ensinou novas técnicas e para cada uma delas, um olhar diferente.
Tudo está muito bem preparado: o cheiro da comida é maravilhoso.
Há  luzes de vela no recinto, e o menu cuida com couvert, entradas,bebidas, banquete principal e sobremesa.
A minha roupa é gala e espero o convidado em lugar de honra na cadeira.
Tanta boa intensão... tanto trabalho... coisa árdua.
Ele vem , olha... a priori se interesse: coisa exótica... fina.
Mas se quer prova e vai embora...
é ; só de olhar ele viu e conceituou: esforço de nada serve... pra quê?
Ao contrário dela, embebida em pecado,
"Comida kosher não tem gosto" (clique para ouvir)

Despertador

"Triiiiiiiiiiiiiiiiimmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm
DESLIGA ESSA PORRA!"


Despertador, despertar
Desperta a dor, desperta
A dor desperta.
São quase 3 da manhã,
preciso me levantar;
caneta me chama : eu tenho de confessar!
A tinta de fora a fora,
toda a pureza da folha a tirar
me deixa deixar essa marca,
me deixa te macular:
por favor! registre o meu desabafo,
deixa te contar:
Despertador, despertar
Desperta a dor, desperta
A dor desperta.
Acontece que pra escrever,
eu tive de aprender a Amar.
Queria antes ser Profeta: saber no que isso vai dar...
Quisera ser analfabeta,
quisera ser muda e não poder cantar...
mas o problema do poeta é ter no verso...
o seu despertador (clique para ouvir)

Simples como um você


Esperei pela inpiração, para que finalmente escrevesse para você.
Mas ela chegou tarde de mais e eu perdi o trem.
Volto ao banco, novamente me sento,
e espero;de qualquer forma , a bagagem está aumentando...
vai ver um dia faço minha casa por aqui mesmo.




Se ... no caminho tanto barro tiver que me impeça de caminhar,
se  uma "lua cheia" qualquer me fizer te desencontrar,
não vou saber, mas sem saber espero.
e o tempo vai passar.

E não vai ser numa esquina qualquer
que eu vou  te achar : lembra?
"- Ipiranga com avenida São João"
que vou perceber: "coisa boba"
- seus detalhes, sua respiração-
simplismente vou reparar e daí...
Outra aspiração!


Alvorada, Aurora!
Inda não quererei vê-lo ir embora
- quero ver o sol que subiu, caiu: 
com você.

E assim vão se passando os dias: manhã e entardecer;
início e fim: 
começando e terminando: sem pesar.


Sem "mais valia", cíclico e natural como as coisas devem ser.
Não exitando e buscandoa sua companhia
Um deleite na vida , como se vê.

Que por aquele instante que fosse,
que eu te bastasse;
e que a mim,bastasse tu:
Apenas você.





Ignore o que existe, e assim ele deixa de existir; pelas minhas costas, não o vejo: "O que os olhos não vêem, o coração não sente. Sofrer? Por ora não mais (clique para ouvir)

Canção do Olhar

~"Mas o que você não sabe, é que enquanto você faz os seus planos, faço junto do piano, esses versos pra você "
Noel Rosa.



Flor do meu jardim
a quem cultivei
semente cuidada, quem plantou não sei
Sei que cresceu, belo botão por fim se criou
desabroxou numa grande ilusão;
Ilusão que eu mesma inventei.
Se te arracasse teus espinhos a mim feririram
e que adianta se tua essencia
estaria ali em meus arranhões
Melodia! pra minha canção és tu a poesia
o teu leão é meu cancer, mais valia
que devorou toda minha inspiração
ah que pesar
a minha dor podes ver em meu olhar
dor que eu não pedi para ter
dor que me causas e não sabes o porque
e eu, que posição tanto lhe pedia
para mim ja seria uma alegria
ter a certeza dessa sua indecisão.

Que eu não espere nada alem de ti mesmo
mas em teu altar sempre haverá incenso aceso
pras tuas luas sempre estarei a dançar
e se tua presença significa meu sofrer
não fique sem graça, amor se eu lhe dizer
com prazer, eu juro :
sou martir...por você 

AMiGO : TENS um? ÉS um?

Á essas 5 letrinhas : A-M-i-G-O,
cujo, apenas uma esta sempre presente... talvez o "i":
pois o resto do abecedário anda muito "ocupado"
Amigos... quantos não?
Mas digo : quantos de verdade?
Num momento de celebração, alegria é muito fácil encontrá-los. Melhor ainda, quando há algo de interesse para oferecer a eles: um sorriso, um trabalho, um ouvido, mais novos comparsas... quem sabe apresentar um novo amor...
Mas e na hora do aperto... e no dia a dia? 

"Oi, como vai?" - sendo "oi: COMO vai " de verdade- interessado em saber de fato e não por convenção social.

Para cada letra dessa palavra, o número que se está fadado a ter de amigos de verdade na vida.
E um para se ter o tempo todo...
Ter amigos, é mais dificil do que parece.

_________

E acerca de SER amigo?
Na base da amizade deveria se encontrar o amor. E o amor nada espera em troca... portanto pense: tem você feito de suas amizades uma moeda?Pensa-se sempre no outro; mas saiba que você mesmo negligenciou a vossos colegas.

E porque hipervalorizar aquele que te deixou e não valorizar o que ali está ao seu lado todos os dias?
Qual nosso real conceito de amizade?
e há quanto tempo não aproveita os dias com seus amigos de real forma? Quanto tempo faz que festas e encontros tornaram-se apenas distrações: alguma fez admiras-te teu amigo?
Quanto tempo, seu abraço não virou tela de computador.






Disse você algum amigo: Eu te amo ? (clique para ouvir)


quinta-feira, 12 de maio de 2011

Ele, Perfume de bolo.

 
 
"Porque o fogo que me faz arder é o mesmo que me ilumina ."
(La Boétie , Étienne)
 
 
 
 
 
'Uma bela de uma dor de cabeça'- diria eu para definir minha relação acerca das emoções : parece até que gosto de arranjá-las...e gosto; mas na verdade, queria resolvê-las,revertê-las ... e vivê-las: apenas isso.
Sucedeu pois, que a Colombina já cansada de tantas emoções, irritou-se fechou-se e prometeu a si mesmo agir de forma mais racional. As emoções me são necessárias : para viver, transmitir em arte, trabalhar: mas não devem ser diminuídas ou lançadas aos porcos.Portanto, tem de ser canalizadas.
Quando sentomo-nos e paramos, aí sim, no meio de tanta poeira podemos observar e admirar o ambiente.
Bem abaixo de nossos narizes temos inúmeras respostas. Mas buscamos além mar algo maior que nos complete que na verdade , se quer existe : é tudo uma ilusão criada e idealizada por nós mesmos.
No nosso entorno está a prática, no nosso entorno, estão os "diferentemente iguais";
acontece, que "a ficha demorou a cair": e talvez fosse mesmo preciso tempo para que desse valor á "ligação" que poderia fazer com a ficha posteriormente.
Sinto-me encantada. No momento em que não houve mais esforço e agiu-se pois naturalmente, sem mais, laçou-se em mim de forma clara que haveria ali muito além do que se esperava.
Então me senti pequena, porque subestimei: sendo que na verdade, a limitação estava em mim.
O medo entretanto é bem maior: há agora um desinteresse por conta de já a fase ser outra, ou há mais um, motivo de vingança.
A pressa me toma, pois a ansiedade  põe em minha cabeça pensamento constante : mesma imagem, mesma música em variação sobre o mesmo tema.
Como que mirra precioso, que um dia foi espirrada em minha roupa: lavo-a. relavo-a... sujo-a... mas aquela fragrancia dali não sai mais.
Acordo, com aquele novo cheiro, que faz nostalgia.
Ele, Perfume de bolo: receita caseira: e não apenas pelo cheiro tão terno, pueril; mas por todo o processo, que fez gostar de tal receita que acompanhei acontecer.
Vi o preparo da massa, provei da calda, todos os ingredientes que o confeiteiro fez , não especialmente para mim, mas como faz sempre e agora me sinto desejosa de prová-lo.
A autenticidade de todo o preparo, foi que me fez querer "encomendá-lo" de fato.
Acontece, que numa confeitaria, os quitues são expostos: saberá pois eu, se algum outro já não o comprou?
Será que quererá fazer outro para mim?Será pois que ele não mudou a receita...
Ai que desejo desse chá da tarde!
Que desejo de que chegue a tarde para que sinta eu o cheiro de novo

terça-feira, 10 de maio de 2011

Acerca da efemeridade da Vida...


“Desfrute a vida com a mulher a quem você ama, todos os dias desta vida sem sentido que D'us dá a você debaixo do sol; todos os seus dias sem sentido! Pois essa é a sua recompensa na vida pelo seu árduo trabalho debaixo do sol.”
[Cohelet 9.9]





Leia esta postagem refletindo: todo mundo diz isso, mas é preciso ir mais fundo do que se pensa para se obter compreensão do que digo:
Enfado e jugo pesado. Pessoas que te destratam; outras que te vigiam como se não houvesse mais nada o que fazer. outras mais se achando juízes de um grande tribunal de hipocrisia.
Trabalho, Trabalho,Trabalho... não há tempo de respirar.
Até que todas aquelas pessoas, toda aquela paisagem imóvel, se esvai. E aí cai-lhe á mente a consciencia de que tudo isso um dia vai passar: acabar.
Almejamos tantoum futuro, tanto um ideal, que apenas nos focamos em acabar com os obstáculos, sem olhar para as flores dos caminhos que nos permeiam.
Hoje, onbservando as pessoas passando pelo "cafézinho"'; em minha "bad trip" filosófica, vi lugares lotados sendo esvaziados... e as pessoas iam sumindo... uma a uma tomando seu rumo e destino final.
Olhando meus amigos na conversa, vi que eles faziam o mesmo. E se angustiavam... 
Parando, respirando, pensando (deprimindo-me até), hoje parei para olhar o meu entorno, e decidi que, (obviamente, não de forma leviana, porque tenho de ter o ganha pão, cuidar de quem de mim depende etc) vou viver cada dia de minha vida.
Percebi que gosto de cada dia e de cada pessoa que me circunda especialmente... e que preciso delas mais do que eu pensava...
Digo viver, porque muitos de nós hoje não vive: processa o tempo com a frieza de um computador.
Quero sentir o sangue nas veias e não mais sofrer, mas sim, me compadecer.
Quero infinitamente amar, mas mais ainda amar recebendo de volta também. Para que assim: permutando, possamos fazer aumentar magistralmente esse amor.
Quero cuidar de quem está a minha volta, torcer para que cresçam e ajudar no que for preciso.
Não quero perder contatos com meus amigos e quero que cada momento com eles seja único, divertido e especial.
Quero que o dia que minha consciencia se deligar desse corpo, eu apenas inspire satisfeita pela última vez com a certeza de que aproveitei.
Padeceremos...não haverá mais força e não se ouvirá pois a nossa voz. Nossos instrumentos já não mais farão som e não servirão de mais nada.
No palco da vida, o último holofote se apagará. Não haverá mais platéia, nem som de palmas.
Pois então, enquanto houver circo, palhaços e alegorias; atores, músicos, diretores, sonoplastas, públicos e contra-regras. Enquanto eu puder calçar as sapatilhas e a ponteira der conta do bailado... lá estarei eu em cena... e não sozinha, mas com quem quiser se achegar e somar. 
Descobri pois senhores, que diferente da Colombina, não quero mais desprezar, ou "odiar amar" nada nem ninguém... quero poder amar AMAR tudo e aproveitar tudo com todos os meus queridos!
Quero poder abraçar e dizer o quanto cada momento e cada um deles é especial.
Temos muito a oferecer e mais ainda a receber para que não passemos por aqui vazios de humanidade.
Quem não acordou para tanto, que em fim desperte; que não seja a morte a sua alvorada.
Termino pois com a citação mais cliche de Charles Chaplim... mas se foi tantas vezes usada,é porque não esconde a verdade:

~ A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos (clique para ouvir).



You & Me

Nunca entenderemos a pergunta mais feita no decorrer de nossas vidas:
'Por que as coisas são assim?'
Esta , também não é uma pergunta inteligente...
Entretanto... 



...as repostas que a vida dá a ela,
  são sempre as de melhor encaixe;
 
surge um novo motivo para sorrir,
e aí a tal da "surpresa boa"...



"Want to pack your bags something small
Take what you need and we disappear
Without a trace we'll be gone
Moon and the stars will follow the car
Then we get to the ocean
Gonna take a boat to the end of the world

When the kids are old enough we're gonna teach them to fly

You and me together
You can do anything baby
You and me together yes yes
You and me together
You can do anything baby
You and me together yes yes

You and I are not tied to the ground
Not falling but rising like rolling around
Eyes closed above the rooftops
With eyes closed we're gonna spin through the stars
Our arms wide as the sky we're gonna ride the blue
All the way to the end of the world

When the kids are old enough we're gonna teach them to fly

You and me together
You can do anything baby
You and me together yes yes
You and me together
You can do anything baby
You and me together yes yes

We can always look back at what we did
Always the memory of you and me baby
But right now is you and me forever girl
You know that we can do better than anything that we did
You know that you and me we can do anything

You and me together
You can do anything baby
You and me together yes yes
You and me together
You can do anything baby
You and me together yes yes

It's so small
Till we reach the end of the world"
Você e eu

Faça suas malas, coisa pouca
Pegue só o necessário e vamos desaparecer
Nós vamos embora sem deixar pegadas
A Lua e as estrelas seguirão nosso carro
Então nós chegaremos ao oceano
E pegaremos um bote para o fim do mundo

Quando as crianças forem crescidas o suficiente, nós as ensinaremos a voar

Você e eu juntos
Você pode fazer qualquer coisa, amor
Você e eu juntos sim, sim
Você e eu juntos
Você pode fazer qualquer coisa, amor
Você e eu juntos sim, sim

Você e eu não estamos amarrados ao chão
Não caindo, mas continuamos sempre nos elevando
Olhos fechados acima dos telhados
Com os olhos fechados, nós vamos rodopiar entre as
estrelas
Braços abertos como o céu, vamos passear no azul
O caminho todo até o fim do mundo

Quando as crianças forem crescidas o suficiente, nós as ensinaremos a voar

Você e eu juntos
Você pode fazer qualquer coisa, amor
Você e eu juntos sim, sim
Você e eu juntos
Você pode fazer qualquer coisa, amor
Você e eu juntos sim, sim

Podemos sempre olhar para trás e ver o que fizemos
Sempre há lembranças de você e eu, querida
Mas exatamente agora é você e eu pra sempre, amor
Você sabe que nós podemos fazer melhor do que qualquer coisa que nós já fizemos
Você sabe que nós podemos fazer qualquer coisa

Você e eu juntos
Você pode fazer qualquer coisa, amor
Você e eu juntos sim, sim
Você e eu juntos
Você pode fazer qualquer coisa, amor
Você e eu juntos sim, sim

Algo pequeno
Até alcançarmos o fim do Mundo ... (clique aqui para ouvir)
                                                                                                                    By Dave Matthews Band.

domingo, 8 de maio de 2011

Relato de um Mamãe Séc. XXI: 24 anos, divorciada, estudante, profissional e Mulher.





"A força da maternidade é maior que as leis da natureza."
(Barbara Kingsolver)

"A maternidade tem o preço determinado por Deus, preço que nenhum homem pode ousar dimininuir ou não entender." (Helen Hunt Jackson)





Primavera de 2006 - assim começa o romance temporão deminha saga como Mãe.
20 anos de idade e pasmem vocês uma boba. Muito diferente das minhas amigas que (graças a D'us) são muito bem informadas e resolvidas; pois se assim não fossem, eu mesma trataria de dar-lhes bons conselhos sobre orientação sexual e emancipação feminina.
Fui uma dessas que achava que ia se casar virgem: e ao ver-se grávida, pensei : "Acabou". Quando na verdade estava apenas começando.
Ver aquele teste de gravidez com "2  risquinhos" marcou o início de uma série de azias e enjoos intermináveis.  
O almoço de meu casamento foi-se embora "goela acima" quando voltamos do cartório.
E se não bastasse as mudanças corporais, havia todoum trabalho de "crescer de fato" em minha cabeça que nào é toda màe que faz (é só um feto crescendo em você: não há nada de mágico nisso a não ser que você tenha a consciencia de fazê-lo assim.)
Mais ainda foi o meio em que vivia: o olhar de decepção de meus pais, é coisa que me dói de lembrar até hoje- e não era pelo filho, mas é que a gravidez é  "delatora" : nào era mais uma menina "pura" - agora eu era a "puta" cujo todos sabiam que havia aberto as pernas.
Para tanto: um casamento forjado, um apartamento novo, e uma vida de faixada como tantas as outras.
Era ridículo: para a sociedade religiosa eu havia perdido a santidade "eternamente" como se houvesse cometido um crime de morte; para a outra sociedade, até mesmo quando o casamento acabou , ouvia o seguinte conselho: "não tire a aliança até a criança nascer: se não você será mal atendida nos lugares".
Ao meu lado, um "outro perdido", que não soube segurar a barra. E além falta de força externa, o alicerce mal feito internamente era ainda pior: ser xingada, agredida, espisinhada, humilhada por traição em cima de traição e manter-se quieta : parece tão absurdo, mas é o que o meio faz com agente: a burguesia inda vive o modelo de amor do século XVIII, logo, cale-se: você tem um marido e um filho: não vire um nada , uma "qualquer" - uma "Mãe Solteira" e sorria.
Fui ao mais baixo da submissão , sim , mas porque fui escravizada para tanto. E me envergonho disso hoje. Ao passo, que é conflituoso: meus colegas "revolucionarios" acham mais absurdo ainda eu ter é me casado: mas eu sei bem como foi duro: nem 5 mil linhas podem explicar o que passei.
A alegria de ver meu bebê no ultrassom (bebê que chamava de "David"- meu amado em hebraico, ja que o "primogenito" deveria ser menino , em minha cabeça) se misturava com a falta de apoio e o julgamento feito sobre mim.
Soube que era uma menina.
Aó veio a pressão das enfermeiras loucas do pré natal pelo parto normal: minha mãe perdeu a primeira filha graças a um parto "natural": a medicina está aí para ajudar a todas nós ~inclusive nós que precisamos de uma cesariana.
Fui uma mãe vegetariana e saudável: cudei muito de meu corpo, por amor ao corpinho dela.
Hoje até entendo um aborto: mas como segurei a barra e ,ao meu ver, não se trata de seu corpo, mas do de um 3o, acredito que não abortaria nem em caso de estupro. (mas essa é MINHA OPINIÃO para mim.)
Chegou pois o fim do Outono, 3 de junho. Voltei para casa de um almoço de domingo e eis que havia sangue escorrendo entre as pernas: entrei em desespero : me deem um desconto: eram 9 meses sem ver sangue algum: uma tia que só me liga quando "pressente" eventos, ligou e de fato: era chegada a hora.
Meu pai me levou ao hospital as 18h. Eu já podia sentir uma dorzinha chata nas costas e a cada lombada que ele fazia tinha vontade de xingar um novo palavrão. Minha mãe tirava fotos como louca e me mandava sorrir, mas o que eu queria mesmo era ranger os dentes.
Dia mais frio do ano e tive de ficar nua. As enfermeiras me amarram na cama como um cristo na cruz e a peridural não me deixava sentir nada da cintura para baixo.
Minha pressão que normalmente é 10/8 estava a 20/18 e aquela luz da sala de cirurgia mais o som do "pi-pi-pi", me fez pensar que eu era paciente do Dr.House.
O anestesista era lindo... acho que fizeram de propósito... (qualé! eu tinha 20 anos uai!)
O médico que fizera os partos posteriores de minha mãe também estava a fazer o meu... e estava se tornando quase que um "avô". A conversa dele com outros 2 médicos (o filho e mais um outro que viria me atender posteriormente, já que o meu médico sairia da sala de cirugia direto para uma viagem á Africa do Sul) conversavam sobre "feijoada" e eu prestando atenção ao barulhinho dos sugadores.
De repente um gemidinho... Estava no mundo pois a minha Princesa, exatamente as 20h45min.
A enfermeira veio com ela próximo a mim, e eu lhe encontei o nariz e disse: bem vinda!
Aí então cresci, e lhe nomeei:
SURI - do hebraico , MINHA ROCHA! 
do aramaico: MINHA PRINCESA
do farsi (persa): ROSA VERMELHA. 
Fui para a sala de recuperação: naquela noite, pelo frio, todos os bebês precisaram ir ao CTI, menos a MINHA ROCHA. 48 cm, 3,075gr.
Vpltei de maca ao quarto ouvindo as enfermeiras dizerem que eu me parecia com a "Sabrina Sato" (hahahahahah...pode rir: eu tinha o cabelo pela cintura e com luzes - agradeci o "elogio", pois havia acabado de parir e ouvi como resposta: "não, mas é só o rosto"... #paridadadepressão.)
Quando cheguei ao quarto, ainda de sonda e nua em meio a tantos aparatos, mandei que me trouxessem a Suri.
Quando ela chegou, olhei cada partezinha dela, senti cheirinho e seus tufos e mais tufos de cabelo como que de um cachorrinho novo.
Quando o bebê nasce, ainda não o amamos. é exatamente como um cachorrinho novo: você quer estar perto dele e protegê-lo, mas o amor virá com a convivência.
O leite resolveu descer e tive problemas em amamenta-las graças aos meus "polêmicos mamilos" invertidos: então eu tirava o leite todos os dias: (2l de cada leite: pela manhã e pela noite...4l por dia: quase uma "Parmalat' em casa...)
Não saia de casa, e assim que foi possível (1 mês mais ou menos), levava a Suri a tiracolo para todos os lugares: quantas fotos não tenho de suri dormindo em meu canguru e eu tocando horrores da cabeça dela na orquestra? E quando dancei nummusical em que ela ficava também no canguru para que eu marcasse passos; entrava no teatro comigo as 14h, meus pais a buscavam as 19h30, eu me apresentava as 20h e voltava para casa as 2h.
E as vezes que ela me acompanhou e aos meus amigos a algum barzinho... dando suas primeiras abocanhadas babadas na batatinha frita.
Suri foi crescendo e me pedindo mais cuidados, consequentemente, mais dinheiro.
Tenho hoje essa vida louca e normal que vocês bem conhecem: trabalho um monte e estudo idem para não dever nada para ninguém. Hoje, não vejo mais minha vida sem ela e não a vejo como impecílio: não conheço outra vida: Mesmo como Mãe, passei em 2 univerdidades públicas (Federal do Mato Grosso do Sul, onde estive por um anos e UNICAMP , presente momento.)
Não deixo de ir á festas, de fazer minhas maluquices, de "brincar com meus amiguinhos/as", de cultivar e conhecer novos lugares e pessoas, e de esperar por "amores" ~sim, sinto informar-lhes, mas sua mãe bebe, dá risada, gosta, certamente de fazer sexo, de adquirir conhecimento etc.
E esses entornos da minha vida, nada tem a ver com minha maternidade, pois este é um assunto bem resolvido- tão bem resolvido que falo dele como qualquer outra coisa, ou como você comenta sobre um irmão ou sobrinho; não entendo porque algumas pessoas se sentem "sem graça" de falar a respeito de algo tão natural de mim.
Não me interessa como vai o genitor de minha filha. Eu vou bem, não o quero mal, apenas quro longe, de mim. Suri que se entenda com ela e para ela também não é nenhum tabu: ela conhece a vida assim. Nós estamos bem.
E quem disse que o modelo ideal é pai no trabalho e mamãe em casa? Acho muito mais saudável hoje: assim é que nos tornamos espelhos positivos. Até porque visamos um futuro melhor para eles.
Soa muito esquisito quando as pessoas me perguntam sobre o que as pessoas de meu convivio acham de meu status de mãe. Acham nada... ou um barato!
Quando me relaciono com alguém , nem penso em nada que não seja eu e o cara: sou mulher amancipada, e querendo ou não, a Suri tem o pai dela. Sou independente para ter um pensamento vesta de querer ~"um novo pai para minha filha", ademais, quem me chega com este tipo de abordagem me dá medo...e me faz ter vontade de corer até a respiraçào acabar e eu morrer do outro lado do mundo : impossível não se apaixonar pela Suri, mas que isso ocorra de forma natural.
Ser mãe é agregar á vida: não pular fases.
Uma terapeuta me disse uma vez que á medida que me emancipo, Suri se emancipa também.E é medonho como ela, aos 3 anos é independente.
Quem é que não se lembra da pituquinha que quis fazer fala numa das assembléias do IFCH ano passado e ainda teve o "bom senso de se abster" na votação?
E da menina que diz aos amigos universitários da mãe: "eu estudo coisas muito importantes que não dá pra explicar no momento".
Sempre simpática,tagarela, comum sorriso no rosto.
Aocontrario das igrejas que dão pano de prato "para a cozinha da mamãe" - como se són para nós fosse o serviço de casa,ou se só nos resumissemos a isso, Suri vem nos ensinar que é possível dar muitas alegrias e o futuro de uma geração que não faz tabu aquilo que é perfeitamente natural.
E tudo isso sobre minhas mãos: imagine: educar uma vida que pode se transformar em Gandhi... ou em Hittler... pensaram nisso? Ou em nada! Ou em "mais um"...
Suri será como uma rocha, que não morre e existe desde o início dos tempos em todos os ambitos de sua vida. Terá para si a admiração de uma princesa: não por protocolos, mas de uma princesa-guerreira.
Conservará pois o perfume, a beleza e a delicadeza de uma rosa vermelha.
E se algum dia, como for, desrespeitei minha mãe,nesta data tão comercial, levo a sério e peço: perdoe pois meus defeitos humanos, hoje sei que trabalho e ao mesmo tempo, que satisfação ter pois um fruto de seu próprio ventre.
D'us me conceda, apar que no futuro, eu reproduza outra vez. Em companhia de quem mereça tal dádiva e queira repartir esses bons momentos, para que me ria do passado e todos aqueles que pelo meu "estigma do pecado" disseram que eu jamais conseguria ser feliz.
E se assim não for, que eu prossiga nessa boa vida que o S'nhor me concedeu.
Feliz estou. 
Para tanto, desejo-lhes:
(Suri 4 meses, Eu,aos recém completos 21 anos.)


sábado, 7 de maio de 2011

...Quando cruzo a Ipiranga e a Avenida São João


E foste um difícil começo
que não conheço
E quem vende outro sonho feliz de cidade
Aprende de pressa a chamar-te de realidade
Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso



Minha primeira vez andando pelas ruas de SP e nao de carro para um destino certo, foi encantadora. Eu, dada amar o Rio Grande do Sul, Minas Gerais,o Nordeste e o Oriente, pela primeira vez senti minha identificaçao paulista. Ia caminhando e olhando cada canto, espaço,arquitetura,a suntuosidade,a sujeira; prestando atençao em cada som, ruido,musica,barulho, vozes e sotaques. Cada feiçao, de cada pessoa. Obviamente parei para cantar no famoso cruzamento e pensar sobre cada pé que ali pisou... sobre cada roda de carro, carroça, bicicleta que ali circulou.
Foi lá também que abri meus olhos e vi que o que eu queria ver estava ali e nao além - tornou-se pra mim ali, lugar mágico...
Neste momento, certifiquei- me:
O cruzamento está sempre lá: mas as pessoas vao passando sem notá-lo. Um dia, poeta parou e suspirou- depois escreveu lhe deu sopro: a cançao que hoje toca tantas outras pessoas que por ali passaram e nunca se deram conta de todo o sentido.
Para nós o mesmo: portando, avuso-lhes : olhe para os dois lados do cruzamento...sinta cada um de seus passos quando passar por ele : TEM UM CRUZAMENTO ALI!!! Pelo qual voce passa todos os dias e se quer o percebe.Por que almejar a praia, se ali há um lugar que te encontra e lhe serve todos os dias?

"Dar-se conta".


...Sao Paulo ...Sao Paulo : de quantos enredos mais foste palco desses "despertares"? Quantos "atuantes" acordaram ali? Nao sei...

sexta-feira, 6 de maio de 2011

O Crepúsculo.

“Boa noite, meu anjo”
Disse o pássaro em canto.
“Boa noite, cidade”
Disse o sol em bondade
“Boa noite, estrelas”
Disse o céu a colhê-las
“Boa noite, ninguém”
Disse eu em desdém. 

(Suspiros Vespertinos.)


Num raro momento, consegui ontem, volvendo de "Campinas- Capital" para Barão Geraldo, ali em cima, na entrada do Hospital das Clínicas, observar bela cena do entardecer. Como já disse algumas vezes sou apaixonada pelo céu. É uma boa técnica para me fazer ficar calada: vire minha cabeça para cima.
Aquele era um momento tão único, daqueles que você não quer que jamais passe.
Uma amiga tão "Colombina" quanto eu que me acompanhava, compartilhava comigo como seria bom guardar não por foto, mas aquele momento, daquele lugar se possível e compartilhar com alguém: amigos, família,possíveis "affaires", pessoas que precisam de ânimo e de voltar a acreditar na beleza da vida.
De fato querida, como gostaria eu também de que as coisas fossem mais simples, que não fosse necessário norma ou etiqueta para elas. Que as pessoas apenas admirassem o belo e apreciassem faze-lo na presença de quem quer que fosse, pois, sendo ser humano, como nós, apenas compartilhariam, como irmãos, as "bençãos de casa dia"... que se achegue pois querida amiga, a hora de nosso encontro.



Em fim,
fielmente Sol e Lua se encontram
e o denso véu azul-marinho da noite
se une é fogueira laranja da tarde,
aqui me encontro a encontrar-te a ti
em meio a um dia corrido
em tão terno e calmo pensamento.
A vida , passa á minha volta
mas eu gostaria apenas de estar ali.
Céu e Inferno se misturam
pois se me aconchego nos braços de meus sentimentos,
levo palmadas de minha insegurança
a saber, se noite ou se dia,
noite fria, dia quente...
noite quente, dia frio.
E se deixo que mais uma vez em meu peito
brote nova semente.
Em verdade, apenas digo que queria:
lá, bem em cima
onde existe a melhor vista,
estivesse eu reconfortada em seu colo.
Os meus dedos embaraçando seus cabelos
e de uma troca de sorrisos, veriamos mais um fim de dia
 sem planos, sem cobranças: só sua ordem natural.
Pois como ocorre todos os dias,
eu lua viria e tu sol me esperaria...
cada dia a mesma coisa
cada coisa diferente
entrelaçar de mãos.
Ahhh... (suspiro!):
Que em ti, encontre o meu Crepúsculo (clique aqui para ouvir)


quarta-feira, 4 de maio de 2011

O Exército da Xuxa.

"O destino dos homens é a liberdade. "
( Vinicius de Morais )



Hoje, na aula de Filosofia da Educação, visionamos tanta coisa... e chegamos ao mesmo ponto: O que sempre soubemos e ocultamos para que tudo parecesse mais "Feliz":
Na verdade estamos fadados a sociedade maldita e a sua escravidão:
veja nossas vidas : UNICAMP das 8 as 2 h da manhã do outro dia.
Depois , nos formamos: trabalhos infinitos das 8h as 18h.
Finda que tudo o que buscamos é ser feliz : "com a nova sandalinha rosa da Xuxa"- como disse o professor - que logo menos, "a rosa fica feia e queremos a vermelha"...
Somos consumidos pela televisão, pelo "ideal de vida americano" e o ciclo de vida igual ao dos animas: nascer, crescer, se reproduzir e morrer.
E tentamos tanto ir contra isso ás vezes que também entramos no "grupinho dos revoltados" - que não deixa de ser outra cadeia...
Belamente citando Sartre, o professor disse que "cada um de nossos passos determina o destino da humanidade" - sim é claro: quem disse que somos indivíduos... somos uma massa! Uma mônoda: uma mistura de bolo da qual todos nós saimos.
Você terminará de ler esse post, vai talvez me achar pessimista, ou uma pessoa mais livre do que eu...
Ou vai concordar, se revoltar e "deu".
Volte pois para sua aula... ao seu trabalho abarrotado na mesa.
Volte aí então para o seu mundo... para o seu "vício de vida": nisto constui a vida humana: Um bando de soldadinhos a seguir a Xuxa.Nascendo como crianças vestind shortinho colado e curtinho "rebolando até o chão" e culminando como "Baixinhos" for ever.
Bala Mágica, Seringa, conspirações tudo isso: inda somos mais que vigiados pelo Google Maldito.
você da "Missa a metade" ~ mas está fadado a isso: ser programado e não pensar.
No fim, querido Vinícius, dê a mim Colombina , mais um gole de seu Whisky: de fato: o destino de todos os homens é a Liberdade: e esta se encontra na morta: a própria libertação da Vida de "baixinho "... (clique para ouvir)