segunda-feira, 28 de março de 2011

Sentada.

Segunda feira agitada.
Sentada num canto estou; olhando vidradamente o ambiente.
O barulho de toda agitação vira em meus ouvidos como que um mantra indiano: é muita informação.
Rodas de carros rolando no asfalto, buzinas, pessoas gritam,conversam ,falam alto. Alto -falantes anunciam promoções. Uma criança chora, outra dá risada.
Há pessoas falando no celular,outras quietas , mas fazendo barulho em seu caminhar.
Cores, outdoores,movimento, balanço ginga, música,gente, gente, gente.
No relógio, as horas voam absurdamente.
Eu, apenas sentada.
observar todas essas coisas e admirá-las: quem já teve a oportunidade de fazê-lo?
Quando temos tempo para isso!
e mesmo fazendo-o...o fez para que?
Todas as outras pessoas aproveitaram seu tempo, fizeram seu trabalho, e eu, estive o tempo todo, vidrada, sem fazer nada.
É hora de levantar do banco da praça de punhos cerrados e agir.
Chega de passividade. é hora de viver.
é hora de lutar.
Lutar é viver!
Viver é lutar! (Clique para ouvir.)

domingo, 27 de março de 2011

Uma Carta para Colombina

Despida, A ti escrevo minhas palavras mais passionais:

O que eu me acabe num copo de Whisky,
E que meu pulmão se exploda em maços de cigarro.
Que eu viva vazia e que aja como aqueles a quem repugnava.
Seja uma moribunda, vagal, desgraçada.
Sim, DESgraçada... sem a graça...sem graça.
Todo o samba seja em honra daquele que me levou a paz e que todo choro,
converta-se em Chorinho serenata, que minh'alma canta,desolada.
Que minha única companhia seja a presença de meu quarto: trancado.
Ah... o Amor, Colombina.
Tu que do ventre da dor, retiras de ti impeto para vossa arte que vem a compensar o grito contido na garganta.
Amo a João e João a Maria...
é... o Amor não é para todas...
Entrementes, Amo e para o amor não há remédio.
Em meio a um lamaçal, as flores crescem coloridas: o Amor é coisa bela.
Eu, calejada da vida, jamais que viesse a martirizar-me assim.
O Amor não é para todos; antes , tal sentimento nobre, só para quem pode agüentar se matar e continuar a viver.
O Amor nasce sem que se perceba e quando já se vê esta a ponto de arranhaceu.
Amor é desprendimento.
Amor é ser feliz apenas com uma presença.
Amor é ser e não ter.
Quão profundo,entende?
Acredito no Amor de fato depois dos anos de covivência: do próprio casamento, eu acredito que une-se apaixonado e com o passar dos anos e das brigas passavasse amar.
MAS NÃO!!!! A questão é de ir-se além!!!!
Amar o Ser em sua êssencia.Amar que é simplesmente.Amar o sorriso, amar o abraço, amar o amigo, amar a cultura, amar a inteligência, amar o jeito que anda, o jeito que fala, as coisas que faz.
Amar sem esperar nada em troca. Amar sabendo que não se é correspondido.
Amar sem esperança alguma e por muito, muito tempo amar até que se transforme em Philéos.
Amar pacientemente. Amar e deixar levar...Amar e sim ,por tudo esperar: O Amor tudo suporta, tudo espera, tudo crê. Jamais acaba.
Quntas palavras e ainda assim não consigo expressar a profundidade e a beleza disso tudo.Sou capaz de escrever por horas e mesmo assim não conseguirei explicar sombra do tamanho do meu amor.
Eu, uma Mulher "vivida", choro como adolescente em seu primeiro amor. Choro como uma menininha desamparada, choro como um bebê necessitando de leite.
Tenho fome de você! Tenho fome desse amor! Tenho fome da sua companhia.Tenho sede de ti. Da mais profunda necessidade.
Como que num deserto, andando a dias, como a fome não sanada na África...falo dessa sede, falodessa fome.
Melhor que de mim não te afastes, a sua presença é quem me faz brilhar, a sua poresença é que me faz sorrir.
Não desejo outra presença que não a sua.
Sou Vítima desse amor, sou Mártir e por ele me sacrifico.
Amo e abençoo, Amo e desejo o bem... és meu bem querer, simmples assim te quero bem.
Me rolam as lágrimas, neste exato momento.
E no coração a dor.
Que coisa bela, que maravilha tanto Amor.
Sinto-me mais próxima do Divino, já que o Amor é divino.
Nem  as mais belas canções compostas pelos maiores músicos, nem as melhiores poesias poderiam expressar o que sinto.
Talvez, canções celestes.
Ani ve le Dodi - Eu sou do meu amado
Ve (Lo) Dodi li - E ele (Não) é para mim...
A filha de Jerusalém disse: "Não acordeis nem desperteis o amor até que este os queira".
Mas o meu levantou da terra, montro consumidor e me consumiu,
E continuo consumindo-me!
Quero Gritar!!!!Mas mesmo que arrebentasse minha gartanta , um grito não apartaria tanto Tanto que sinto!
Minha alma exposta, ferida aberta. Vês como quem me vês por dentro.
E não te assustes com tanta franqueza, é apenas um fato...


Oh querido, és meu Primeiro Amor...


"Apassentai-me com passas, confortai-me com Maçãs,pois Desfaleço de Amor"   
                                                                                     (Cântico dos Canticos) 
Amo Amar Você! (Clique para ouvir)

terça-feira, 22 de março de 2011

A Existência.

Minha existência , ás vezes , simplesmente me enoja. Me causa um arrepio de asco na espinha.
A existência para mim as vezes é absurda;Devia dar graças por ela eu sei.
Mas vês minha condição mediocre que vivo?
Sou nada, simplismente assim.
Pra que tantas "ínas"  em minha vida para suportar viver?
Cafeína para que acorde.
Nicotina para que me acalme.
Ocitocina para que me sinta mulher.
De que vale uma existência viciada?
Mais um café...passa o tempo...
Acendo um cigarro, minhas unhas vermelhas...tão bonitas, agora fedem á fumaça.
Deprimente. A porra do batom saiu toda no filtro do cigarro.
Minha "exuberante beleza", sai em um simples jato de água.
Há ainda as que são mais amadas do que eu.
Sou um passatempo.E passa o tempo, continuo na mesma merda.
Contudo, recosto-me na cama, fecho os olhos e durmo.
Tenho um sono profundo e um sonho bonito.
Nele me encontro em paz, comigo mesma.
Nele não penso no aquém, nem em ninguém...
Somewere over the rainbown... quem sabe haverá tranquilidade.
Quero encontrar esse lugar.
Sei que ele está dentro de mim.
E se hoje é dia de luto. Amanhã será de grande júbilo.
Eis que sou a caça.
Mas amanhã, serei o predador mais feroz.
Vem amor! E que seja apenas amor pela vida.
Simplesmente, Vida. (clique para ouvir)




domingo, 20 de março de 2011

Os óculos...

Colombina senta-se em sua escrivaninha mais uma vez.
Uma pena, um papel, o nanquim... em seu quarto escuro, meio a seus móveis de madeira , vem o sol do fim de tarde vem dourar seu ambiente.
Algo reluz um pouco mais e lhe chama atenção: um par de óculos.
Colombina para, fita-os...os óculos...
Silêncio do entardecer...o cair da tarde mais uma vez.
Vem lhe inspiração,das cartas que ela guarda em seu baú , cartas que nunca chegaram a seu destino...
E começa assim:

"Por de trás daquelas lentes , não vejo esconderijo.Antes, é através delas que vês o mundo.
Um par de lentes que te caracterizam como você: contam as horas de seu dia, quando o sol te atormenta e elas se escurecem dando-lhe alento, e a noite mantém a clareza do tempo.
Mas sozinhas , me causam tristeza... sim. Estes sem você tem um senso de luto, de que estiveras ali, vivendo suas alegrias, tristesas, seu tédio, sua raiva,seu ódio, sua animação , sua tranquilidade, suas indiferanças, seus momentos e agora já não mais.
Saudades de segundos,mas Saudades.
Ver seus óculos é quase como vê-lo.Eles fazem parte de você.
Tê-los em minhas mãos é como tê-lo em minhas mãos.
Coloco-os em meu rosto...
a mim, não há utilidade: não enxergo, me zonzeiam...
entretanto, olho o mundo com seus olhos; te encarno.
E diferente de mim ,percebo que neles, escondes-se sim!
Porque deixas para ver o mundo só pra si com grande beleza que tens nos olhos seus?
Se fizes-te de ti mesmo um castelo, põe-te envolto em muralha a quem apenas ,tu que também és o porteiro, abre os portões de quem apenas queres que chegue ante a ti .
Seus óculos, torre de vigia.
Jardim fechado,
desses óculos ,saem os espinhos.
Pra que entender-te?Pra que decifrar-te?
Impossível.
Retiro-os da face, ponho-os novamente no lugar onde estavam e jamais deveriam ter saído.
És meu o teu mistério particular.
Mas deixo-o.E que fiques por lá.
Malditos óculos! Me deixem em paz...
Odeio Amá-los!

Odeio Amá-los... (clique para ouvir)

domingo, 13 de março de 2011

Lamento

"Se, Lamento,
que esse seja o Último suspiro.
Adiante?
Renascimento."
                 (Oliver Weber)

Ah... que pena!
Olha essa pena o vento a carregar...
Sopra e  leva,
onde menos se espera ela vai parar
Assim tem sido o meu coração
levado de um lado pro outro
sem descanso poder encontrar
Sem razão, só o momento quis aproveitar
Mas é aí que vejo,
Todos os meus pedaços largados no chão.

Ah... que pena!
É uma pena não saber voar...
ir mais alto, até o lugar perfeito então encontrar
Ao cume de um monte seguro, galho e gravetos poder ajuntar
Fazer como um passarinho, um ninho aconchegante
pra te esperar...

Cadê você?
A sua indiferença fez me acabar:
Errei você em tantos, que agora o teu encanto pode me afastar.

Ah... que pena!
Em ti há tanta coisa pra se desebravar...
Ah... te atenta!
Em mim há tanta coisa pra compartilhar!

Em fim , me sobra é a solidão.
Garrafas mal acabadas e o maldito do cigarro agora em minhas mãos.
Em mim, desta vez, a pobre Colombina a choramingar
A falta de um bem,
de seu bem, todo o valor
que eu podia dar...

sábado, 12 de março de 2011

Stalinismo Feminino

Nunca fui escrava de ninguém...
a alforria foi-me dada desque nasci
E se vens atrás de mim com uma mera faca de cozinha,
Digo-te que atrás de mim,
vem um exército de outras mulheres vingativas desprezadas;
milhões de baionetas apontadas para sua face.

Se pensas em rituais macabros,
fostes tomados pela minha dominação
Por sua causa cheguei ao inferno,
matei o capeta, tomei o seu lugar.

Suas infâmias serão de sofrimento e dor,
mas eu não me importo: sou surda.
E as vibrações dessas mesmas
a mim, são louvores.

Se nunca vives-te o amor,
apenas vegetas-te e os mortos-vivos,
do meu exército servidor, o são
Fazes-te assim, por minha causa,meu desamor.

Sou ainda pior que você.
Me cinjo de pérolas,linho escarlate,
Seduzo as nações com meu perfume de jasmin.
O meu hálito, como dama-da-noite :seduzo-o.

Faço-me de pura,boba,rogada,
Faço-me de boa,enamorada;
e na verdade quero sugar-te o sumo;
bem como o de todos os outros de cada noite.

Entreguei-me de todos os jeitos a outro vadio
não me banhei e me dei a você.
O cheiro do outro se misturou ao seu.
E lhe disse as mesmas coisas que o fizeram delirar.

Sou fria ,vazia, venenosa, puta,maldita

Sou calculista: A Vingança.
Sou o Stalin Feminista.
E tu? Minha cura.
Há remédio na sua dor.




Morra, Não Renasça: NASÇA : INDEPENDA-SE! (Clique para ouvir)
Á queria Natália Vaz que hoje completa seus 21 anos, idade da independência...